Scarlet McCall é uma adolescente normal que tem uma melhor amiga, Stella Stilinski. Numa noite, as duas ficam a saber que foi encontrado metade de um corpo na floresta e partem à procura da outra metade, mas Scarlet é mordida por um lobisomem. A par...
Depois das aulas, eu e a Scarlet fomos até à floresta procurar pela bomba de asma que ela perdera na noite passada. O facto de ser dia e de estar tudo claro tornava mais fácil a busca, mas, em contraste, a floresta era extensa. Na noite anterior, a minha estadia na floresta não durou muito pois fui apanhada pela Xerife Stilinski, a minha mãe, com o bónus de um valente puxão de orelhas. Só nesse bocado em que andei, corri e me atirei para o chão, juntamente com a Scarlet, achei a floresta enorme. Talvez, se eu tivesse mais cuidado, a Scarlet não ficaria sozinha, nem teria sido mordida...Ou teria sido eu mordida.
Saltamos do cimo de umas rochas para um pequeno riacho e eu, como sempre, quase que caí. Se não me segurasse à Scarlet, sujaria as minhas meias altas novas que levei para o primeiro dia de aulas de propósito, juntamente com os meus calções pretos favoritos na esperança de, no mínimo, o Liam reparar em mim e achar-me gira. Mas, como o habitual, ele não reparou. Aliás, quem repararia na Stella Stilinski quando tem a Jaclyn Whittemore ao lado?
Depois de se desatar a rir com a minha quase queda, a Scarlet voltou à conversa.
- Juro que não sei o que aconteceu – Diz, pousando o pé na relva – Parecia que tinha todo o tempo do mundo para apanhar a bola – Olha para mim. Ela estava, realmente, surpreendida e entusiasmada – E isso não é o mais estranho. Consigo ouvir coisas que é impossível conseguir ouvir, cheirar coisas...
- Cheirar coisas? Como assim? – Franzo o sobrolho e a Scarlet faz uma pausa.
- Como a chiclet de morango que tens no teu bolso.
Toco no bolso do meu casaco de couro preto, que era, também, o meu favorito.
- Eu não tenho nenhuma chiclet de... - Acabo por sentir algo no bolso e, quando pego, vejo uma chiclet toda melada de... - Morango – Acabo a frase, perplexa a olhar para a minha mão. A Scarlet arqueia as sobrancelhas, como se estivesse completamente certa do que tinha acabado de dizer. E estava.
- Então tudo começou com a mordida – Digo, enquanto continuamos a caminhar.
- E se for uma infeção? E se o meu corpo estiver a encher-se de adrenalina, estilo stress pós-traumático? – Pergunta a Scarlet.
- Sabes que mais? Eu acho que já sei o que é – Respondo – É um tipo diferente de infeção.
A Scarlet para e olha para mim, séria.
- Estás a falar a sério? – Pergunta.
- Sim – Olho para ela – Chama-se licantropia.
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- E o que é isso? É mau?
- É horrível. Só acontece uma vez por mês, e não estou a falar daquilo que só nós, mulheres, sofremos – Explico e a Scarlet olha-me, atentamente – Numa noite de lua cheia – De seguida, uivo. A Scarlet pega no meu cabelo e atira-mo para a cara, revirando os olhos, e eu rio – Não venhas com coisas, foste tu que ouviste um lobo a uivar!
- E pode ser algo realmente sério e tu estás a brincar, Stella – A Scarlet continuava séria.
- Claro! Tu és um lobisomem, ou "lobimulher", como queiras chamar! Rawwr! – Rosno e a Scarlet mata-me com o olhar. Volto a rir – Vá, parei, é claro que estou a brincar. Mas é melhor ir a uma loja comprar toda a prata, porque na sexta-feira é lua cheia.
A Scarlet para.
- Eu tenho a certeza que foi aqui... - Diz, olhando para o chão – Foi aqui que deixei cair a bomba.
Olho para todos os lados até que vejo, do nada, uma mulher alta e toda vestida de preto, com um casaco de cabedal, no fundo a olhar para nós.
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Dou um pulo com o susto e toco, imediatamente, no braço da Scarlet. Quando as duas olhamos para ela, ela caminha, com a sua expressão séria, até nós. Eu vi logo que íamos arranjar problemas. E o ano mal começou...
- O que fazem aqui? – Pergunta a mulher, com os seus olhos verdes fixados em nós – Isto é uma propriedade privada.
- Ah...desculpa, não sabíamos – Respondo.
- Estávamos à procura de uma coisa, mas... - Acrescenta a Scarlet. A rapariga continuava-nos a fitar com o olhar, era intimidante – Deixa lá.
Nesse momento, a rapariga atira a bomba de asma para a Scarlet, deixando-me completamente de boca aberta. Estava a começar a reconhecê-la...
- Acho melhor irmos – Diz a Scarlet, mas eu paro-a.
- Era a Denise Hale! Não te lembras? Ela é só uns anos mais velha que nós – Digo.
- Lembro-me de quê? – A Scarlet levanta uma das suas sobrancelhas escuras e definidas.
- A família dela – Olho para a Scar – Morreram todos num incêndio, há dez anos.
- Então porque é que ela voltou? – Pergunta a Scarlet.
