Scarlet McCall é uma adolescente normal que tem uma melhor amiga, Stella Stilinski. Numa noite, as duas ficam a saber que foi encontrado metade de um corpo na floresta e partem à procura da outra metade, mas Scarlet é mordida por um lobisomem. A par...
Um novo dia de aulas começou com um treino de softball de uma hora. Como o habitual, adormeci e cheguei atrasada. Arranjei-me apenas em dez minutos, o suficiente para me vestir com o equipamento, lavar a cara e os dentes, prender o meu cabelo num rabo-de-cavalo, pegar numa maçã e sair de casa. Este era o lado bom de não ser vaidosa e peneirenta como as outras raparigas, que eram capazes de gastar horas só a maquilhar-se e a arranjar o cabelo.
Chego ao balneário das raparigas apressada, como sempre. Como era de esperar, o balneário encontrava-se vazio. A professora Finstock vai-me matar, vai ser hoje. Ao passar pelos cacifos vejo alguém que, quando paro, reparo que é a Scarlet. Parecia que ela estava apática, completamente fora deste mundo. Leio os seus pensamentos, como sempre.
- Pediste desculpa ao Alex? – Pergunto.
- Pedi...
- E conseguiste uma segunda oportunidade?
- Sim, consegui...
- Boa! – Sorrio – Então está tudo bem! - Preparo-me para ir para o campo.
- Não – Ouço a Scarlet a falar, o que me faz espreitar ao lado do cacifo.
- Não...?
- Lembras-te dos caçadores? A mãe dele é um deles – Ela parecia chocada a contar.
Tento assimilar tudo.
- A mãe?
- Acertou-me...
- A mãe do Alex?
- Com uma flecha... - A Scarlet acaba a sua frase.
Faço uma pausa, franzindo as sobrancelhas.
- Espera, a mãe do Alex...?
- Sim, a mãe dele! – A Scarlet grita, começando, de seguida, a respirar ofegantemente – Meu Deus...
- Scarlet – Dirijo-me à sua frente e dou-lhe leves palmadas no rosto – Calma, ela não te reconheceu, certo? – Ela assente, ainda em pânico – E o Alex não sabe disso, pois não?
- Não sei, mas e se ele souber?! Isso vai-me matar!
- Okey, foca-te no softball. Pega no equipamento e vamos porque já estamos mais que atrasadas e eu não quero levar um raspanete! – Passo-lhe o equipamento e abandono os balneários tropeçando num banco, para variar.
O treino começou e eu, como o habitual, a criar raízes no banco. Estava quase a adormecer quando ouço a treinadora a gritar "McCall". Era a vez da Scarlet, contra a Jaclyn, e eu queria estar atenta. A Scarlet começa a correr contra a Jaclyn, mas ela atira-a ao chão.
- Tens a certeza que queres ser titular? – Provoca.
- McCall, o que foi isso? – A treinadora diz, entre risos – Até o meu avô se consegue mexer mais rápido. E ele está morto. Consegues-te mover mais rápido do que o cadáver do meu avô?
Oh não. Estas provocações, o olhar sério da Scarlet e o sorriso da Jaclyn tinham tudo para dar asneira.
- Sim, treinadora – A Scarlet responde.
- Então vai de novo!
A Scarlet levanta-se e prepara-se para repetir. Ela começou a correr e, numa questão de segundos, atirou a Jaclyn ao chão, magoando-a no braço. De repente, entranha os dedos no seu cabelo e cai de joelhos no chão, agarrada à sua cabeça. Corro, imediatamente, até ela.
- Scarlet? Estás bem? – Pergunto, preocupada.
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- Não consigo controlar, está a acontecer – A sua voz muda.
- O quê? Agora? – Olho para trás, aonde estavam todos à volta da Jaclyn – Levanta-te, vamos! – Ajudo-a a levantar-se e corro com ela para o balneário.
Quando chegamos ao balneário ela cambaleia até se conseguir apoiar numa parede.
- Scarlet? – Aproximo-me dela, ainda com a mesma preocupação.
- Vai-te embora! – Ela grita e rosna olhando para mim. Nesse momento consigo ver os seus olhos amarelos brilhantes e as suas presas. Caio para trás. Ela começa a correr atrás de mim e eu a tentar fugir, ainda no chão, até que me levanto e começo a correr, afastando os cabelos da cara. Ela salta para cima dos cacifos e eu tento arranjar um sítio para me esconder, mas sem sucesso. Quando vou contra o extintor, tenho a brilhante ideia de pegar nele e usá-lo, com dificuldade devido ao peso, contra a Scarlet, que continuava a rosnar e com vontade de me matar. Ela acaba por voltar ao normal e senta-se no banco – Stella...? – Diz o meu nome, respirando com dificuldade. Espreito pela parede – O que aconteceu? – Ela pergunta, confusa.
Saio do meu esconderijo, cansada.
- Tentaste-me matar, foi o que falei antes. É a raiva, a tua pulsação – Meto-me à frente dela, de cóqueras.
- Mas é softball...
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- Não é simplesmente softball se matares alguém no campo – Olho para ela – Não podes jogar no sábado...
