Scarlet McCall é uma adolescente normal que tem uma melhor amiga, Stella Stilinski. Numa noite, as duas ficam a saber que foi encontrado metade de um corpo na floresta e partem à procura da outra metade, mas Scarlet é mordida por um lobisomem. A par...
Deixo-me cair, de costas, na cama. Hoje tinha sido um longo dia. Minutos depois, o meu pai bate à porta, interrompendo o silêncio. Pior. Relembrando-me de tudo o que eu queria esquecer.
- Vou agora para o hospital adiantar trabalho para, no Sábado, poder ir assistir ao teu primeiro jogo – Afirma, orgulhoso. Suspiro.
- Não podes ir, pai.
- Porque não? É super importante! – Exclama e eu encolho os ombros – Já agora, o que se passa com os teus olhos? – Sinto uma onda de nervos a percorrer o meu corpo inteiro. E se os meus olhos estivessem...amarelos? – Nota-se mesmo que andas cansada – Suspiro, subtilmente, de alívio.
- É do stress, da escola, o normal – Respondo.
- Bem, sendo assim vou-te deixar descansar e vou para o trabalho.
- Está bem, até logo – Esboço um sorriso cansado.
Quando estou quase a fechar os olhos, o barulho de videochamada, vindo do meu computador, desperta-me. Dei-me ao trabalho de me levantar da cama só por ser a Stella. Quando a chamada começa, vejo a loira com a sua pistola de água apontada para a câmara. O típico dela.
- Então, o que descobriste? – Pergunto.
- Como a Jaclyn está lesionada e não se sabe ao certo se vai jogar, estão a contar contigo, Scar.
Passo a mão pela cara, puxando para trás o cabelo. Isto não me podia estar a acontecer. Quando volto a olhar para o ecrã, vejo a Stella com uma expressão de quem estava assustada, o que me acabou por assustar também, pois não sabia a razão e, para além disso, a chamada estava a cair. Quando olho para a minha janela da conversa vejo uma silhueta feminina atrás de mim. Denise. Mal olho para trás, ela vem até mim e atira-me contra a parede.
- Eu vi o que fizeste no campo – Afirma, encostando-me à parede.
- Do que estás a falar?!
- Transformaste-te à beira deles. Não entendes, Scarlet. Se descobrirem sobre ti, descobrem sobre mim e sobre todos. E aí não serão só os caçadores atrás de nós, serão todos.
- Mas eles não viram nada, eu juro!
- E não vão. Porque se tentares jogar no Sábado, eu mato-te – Ela larga-me e, de seguida, desaparece do meu quarto. Encosto-me de costas à parede, tentando recuperar a respiração.
* * * * *
Era a véspera do jogo, e eu estava a caminho do gabinete da professora Finstock para avisar que não podia jogar.
- Como assim não podes jogar? – Pergunta, incrédula.
- Simplesmente não posso, por razões pessoais...
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- Isto é uma partida para os apanhados, certo? Em que vão entrar por aqui dentro pessoas com câmaras, certo? É que devias ter-me avisado com antecedência, nem arranjei o cabelo.
