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Scarlet

Acabo de chegar à clínica veterinária. Entro apressadamente, tal como havia chegado, pois estava atrasada.

- Desculpe, Dra. Deaton... - Franzo o nariz, espreitando pela porta.

- Não tem mal, só estou aqui há pouco tempo – Ela sorri e eu retribuo o sorriso, entrando para o recinto. Em vez de ouvir a porta a bater, ouço-a a ranger de novo, o que me fez olhar e deparar-me com a Xerife Stilinski. No início assusto-me, mas depois vejo que ela vinha acompanhada de um cão de porte médio.

- Boa tarde – A Xerife sorri.

- Parece que alguém já está pronto para tirar os pontos - A Dra. Deaton pega no cão e deita-o na sua mesa.

- Então, Scarlet? Tens te portado bem? – Pergunta a mãe da Stella, passando por mim e parando ao lado da Dra. Deaton, que se encontrava a examinar o cão.

- Sim, sempre – Sorrio.

- Enquanto estou aqui, podia dar uma olhadela nestas fotos? O animal ainda não foi determinado – A Xerife passa um envelope grande à veterinária.

- Hm... - A Dra. Deaton observa as fotografias – Este foi o homem que foi atacado no autocarro?

- Sim.

Olho discretamente para as duas.

- E encontrámos pelo de lobo no corpo da Laura Hale – A Xerife acrescenta.

- Um lobo? – Pergunto, franzindo o sobrolho. As duas olham para mim – É porque li em algum lado que não existem lobos na Califórnia há sessenta anos.

- Sim, mas os lobos são migratórios. Podem mudar para outro estado, ou devido a um impulso, ou a uma memória forte – A Dra. Deaton responde.

- Os lobos têm memória? – Pergunto.

- Memória a longo prazo, associada aos impulsos primitivos. Olha para isto – Aponta para uma das feridas da cara do homem – São marcas de garras. Um lobo teria ido direto à garganta ou à coluna vertebral, com os dentes.

- Então o que acha que é? Um puma? – Pergunta a Xerife.

- Não sei... - A veterinária passa uma mão pelos seus cabelos escuros encaracolados – Um lobo podia caçar a presa, rasgando os tornozelos – Começo-me a lembrar das imagens do pesadelo que tivera com o Alex. Tinha acontecido precisamente isso – E, depois, a garganta.

* * * * *

Quando saí da clínica, passei por um café onde comprei um lanche e um sumo para o meu pai, que estava no trabalho. Ele bem merece por tudo o que faz por mim e para nos sustentar, desde que a minha mãe...se foi embora.

Entro no hospital, onde o encontro no sítio habitual, que era o balcão da entrada. Quando ele me vê com a saca na mão, esboça um sorriso.

- Então a minha filha linda e talentosa trouxe-me mesmo o lanche? – Ele ri.

- Estavas a precisar de uma surpresa destas – Sorrio – Pai, e quanto àquele assun...

- Não, não te vou deixar usar o carro – Ele aperta-me o nariz e eu faço cara de desanimada – Tenho que voltar para o trabalho, adoro-te – Dá-me um beijo na testa, pega na saca e abandona o balcão.

Preparo-me para abandonar o hospital, quando algo me chama a atenção e faz-me voltar para trás. Dirijo-me à porta, abro-a e entro no quarto sorrateiramente. Afasto a cortina que isolava o doente, e arregalo os olhos quando vejo o homem do autocarro e o seu estado...Eu tinha feito isso?

Teen Wolf » Moon GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora