Jauregui x Jauregui

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Olá, de novo.

Boa leitura!


Eu caminhava de cabeça baixa, não olhava para nenhum dos lados e nem sabia para onde eles estavam me levando, meus olhos só sabiam focar em minhas mãos coladas à da garota ao meu lado.

- Porque você acha que ela chamou todos nós? - Mani perguntou um pouco à frente, ela ainda continuava praticamente agarrada em Dinah.

Será que elas não cansam?

- Eu não faço a mínima idéia, Demi tem uma mente incrível e eu nunca sei dizer o que se passa ali dentro. - Meu irmão disse pensativo e eu revirei os olhos.

- Até porque, quem ler mentes é Mama e não você. - É óbvio que eu nunca iria deixar passar uma dessas.

Meu irmão bufou alto e Ally acabou rindo.

- Eu sabia que você estava calada demais, apenas esperando o momento certo para soltar seu veneno... Cobrinha. - Ele respondeu e Ally acabou dando um tapa em sua cabeça. - Ouch, Ally.. isso dói.

- É pra doer mesmo, babaca. Nem parece que tem vinte e um anos.

Ela respondeu e dessa vez quem sorriu foi Camila.

- Vocês são sempre assim? - Camila perguntou.

- Geralmente são piores. - Quem respondeu foi Mani. - Eles estão até que tranquilos hoje.

E realmente nós estávamos. O fato de Ally e Chris terem quase a mesma idade contribuiu para que eles fossem melhores amigos, a convivência também ajudou bastante já que Jerry era companheiro de equipe dos meus pais em seus anos de ouro e até mesmo antes do meu pai conhecer minha mãe. Depois veio Andréa Hamilton que se tornou amiga da minha mãe por coincidência e já sendo casada com um humano que anos depois descobriu que de humano não tinha nada, acabou por engravidar da minha amiga, eu só fui nascer algum tempinho depois sendo a mais nova da turma e consequentemente sendo a mais que sofria nas brincadeiras de crianças do meu irmão e sua amiga vulgo Ally.

Lembro de quando éramos crianças, meu irmão havia completado dez anos e eu estava preste à fazer sete, Chris achou que para comemorar sua primeira década criar um mini foguete fosse uma idéia excelente e me colocar amarrada no mesmo tornava tudo mais incrível ainda. Nossos pais estavam em um dos seus combates ao crime e totalmente sem tempo para nós dois que vivíamos ao cuidado de Patrícia, vulgo mãe humana de Ally, a mesma sempre foi um amor de pessoa e alheia à tudo, principalmente ao mundo humano. Era óbvio que ela já tinha ouvido falar dos heróis e anti-heróis que existiam em Miami, Detroit, Nova Iorque, Londres, Brasil e até mesmo em Cuba, e por isso já fazia dela uma pessoa especial. Mas nem por isso meu irmão deixou de ser uma criança levada e acabou desobedecendo a segunda regra dos nossos pais:

Sempre manter a sua identidade secreta.

Não que Chris usasse máscara em pleno seus dez anos, mas quando a pessoa já nasce para não prestar não tem solução. Bastou algumas ferramentas portáteis que ele usava como brinquedo, o motor de um carro (carro esse que pertencia à Patrícia e estava novo em folha), seu liquidificador e uma cortina - porque como ele dizia, super heróis sempre tinham sua capa para dar o efeito na hora do vôo - e a idiota aqui foi para o alto e além, literalmente.

O vôo do brinquedinho do meu irmão foi tão alto que meu pai quase não foi rápido o suficiente para me tirar dali antes que o foguete se chocasse ao chão, acabei quebrando a clavícula com a parte da turbulência porque o gênio não havia pensado em um cinto de segurança, Patrícia descobrindo da pior forma que meu pai e Christopher eram diferentes e bem, fora a minha entrada no hospital uma bronca bem dada de Mama e um castigo que levou mais tempo do que eu sabia contar nos meus dedos na época.

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