— Eu jogo e você bate com toda a força que você tem. Não importa o quão doloroso seja, imagine que seja a cabeça daquele Neanderthal e exploda seus miolos em milhões de pedacinhos para em seguida você mijar em cima e ainda escrever seu nome com a urina.
Disse segurando o caixote pesado sobre a cabeça com as mãos.
— Você as vezes tem uma mente muito produtiva. — meu irmão disse segurando a grande marreta.
Eu tive que concordar com ele. Todos diziam aquilo.
— Já sabemos. Agora vou jogar. — não esperei por uma resposta.
Apenas joguei o caixote com tudo sobre ele e rapidamente meu irmão bateu nele fazendo com que a madeira se desfizesse em muitos pedacinhos e então ele sorriu.
Aquilo era ótimo.Fazia horas que estávamos ali. Eu sabia que meu irmão precisava disso, de um momento de descontração, então meio que deixamos o sangue de nosso avô agir em nosso corpo e foi a coisa mais fácil que fizemos na vida.
Havia uma linha tênue entre o bem e o mal da mesma forma que existia entro o amor e o ódio. E pelo fato de nós dois termos o sangue misturado tornava tudo mais intenso. Foi óbvio que a única coisa não fizemos foi assaltar um banco, mas o resto...
Christopher estava apenas com a calça jeans suja de poeira e um pouco de terra enquanto eu estava com o top da K&K e uma bermuda suja e raspada. Nossos corpos estavam cheios de terra que se misturaram com os suor por causa do esforço me obrigando a prender meu cabelo em um rabo de cavalo desajeitado.
— Você não disse que estava malhando. — Meu irmão disse depois de olhar meu corpo. Fui até uma caixa de isopor e peguei umas garrafas de água e joguei uma para ele que pegou ainda no ar e dei de ombros.
— E eu não estou, apenas as corridas. Mas meu corpo meio que está se adaptando aos poderes. — olhei para minha barriga e vi que havia alguns gominhos. — Você também ganhou corpo rapidamente, posso até sair dizendo por aí que você tomou bomba porque é modinha.
— Fiz tudo isso por causa dela. — ele disse deixando a marreta no meio da bagunça e caminhou até meu lado. — Achei que como meu cérebro é meu músculo mais poderoso deveria dar um jeito no meu corpo apenas para agradar ela, me matei por doze meses na sala de treinamento dos nossos pais das cinco da manhã até as seis e meia todo santo dia apenas para que ela tivesse olhos somente pra mim ou que ao menos me visse de uma forma diferente, sabe?
E eu sabia, todos notavam desde cedo o quão apaixonado por Ally, Christopher era e eu via seus esforços diariamente, durante cinco anos apenas para que eles tivessem ao menos um encontro como um casal e não como melhores amigos. Eu sabia que o primeiro beijo dos dois haviam sido entre eles porque eles concordaram que tinha que ser com alguém especial. Mesmo sendo uma criança na época, lembro que fiquei maravilhada com as maravilhas que era dar o primeiro beijo.
Eu estava deitada no meu quarto brincando com os robôs em miniaturas que meu irmão havia me dado de presente de aniversário, o mais incrível é que eram pequenos lutadores de boxe e eu adorava ver a pancadaria rolar solta.
Até que alguém abriu a porta do meu quarto com tudo me fazendo quase cair da cama pelo susto.
— Caramba, Christopher você não deveria entrar assim, achei que fosse a babá. — coloquei as mãos no peito pra acalmar meu coração.
— A senhora Rosenfield não vai vir até aqui, não se preocupe com os robôs eles tem um mecanismo especial que alerta a aproximação de desconhecidos. — meu irmão disse sentando na minha cama e mexendo em um dos meus pequenos lutadores, não reclamei, sempre que ele fazia isso em alguns dos meus brinquedos eles ficavam mais interessantes. — Preciso te contar uma coisa, mas quero que seja um dos nossos segredos, entendido?
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Escola De Heróis - Camren
FanficO mundo sempre foi incrível demais para a família Jauregui, exceto por Lauren que por algum motivo nasceu "normal" demais para se encaixar nos padrões atribuídos por sua família de super heróis. Ao atingir uma certa idade, e com medo do que ela jama...