Teorias Conspiratórias

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— So close together, so far apart you're turning me on and my fire's waiting for your spark 🎶 — minha boca acompanhava a música que tocava o mais alto possível nos meus fones de ouvido.

Eu me olhava no espelho e via alguém brilhante em cima de um palco, olhava e via milhares de pessoas gritando meu nome e dizendo o quanto elas me amava, eu olhava e sentia que podia tocar o céu, eu olhava e via a emoção em cada olhar focado em mim, eu olhava e via admiração e sabendo que eu estava tocando o coração de cada pessoa ali, eu me sentia bem de alguma forma.

Isso até alguém puxar meus fones com uma certa brutalidade dos meus ouvidos e fazer com que a escova de cabelos que eu usava para fazer meu microfone cair ao chão.

— Porra garoto, tu não cansa de encher a paciência essa hora da manhã? Quase morro do coração, caralho! — respondi olhando Chris e eu queria poder meter a porrada nele.

— Ah, não reclama não hein. Fiz um favor e ainda vem me tratar assim, eu deveria imaginar que você me trataria dessa forma e aí você ia ver a maneira que ela vinha te chamar com essa gritaria toda. — Chris estava com uma camisa pólo onde deixava seu corpo marcado e uma calça preta um pouco justinha demais para meu corpo. — Olha, eu não acordei em um dia muito bom então me poupe de ter que ouvir você berrar feito um bode velho, eu só vim aqui te chamar para irmos à escola porque preciso te falar uma coisa. Trate de pegar suas coisas e vamos para o carro.

Achei estranho, Christopher reclamava as vezes, mas não como estava dessa vez. Então, cheguei a conclusão de que Allyson não havia dormido em casa.

— Ally não durmiu com você, não é ? — coloquei uma jaqueta e peguei a mochila com meus livros e entreguei pra ele como sempre.

Ele bufou e pegou a mesma, ele sempre levava ela por ser mais pesada ou por eu não quer carregar por pura preguiça mesmo. E não era porque eu agora era mais forte que isso iria mudar.

— Não, Jerry andou reclamando que ela passava tempo demais comigo e blá blá blá. — ele disse saindo do meu quarto e eu o segui. — Que precisava ficar mais com a família e amigos porque ela não tinha só eu e enfim, basicamente disse para ela parar de me ver com frequência. As vezes não entendo qual é a dele.

— Chris, irmão do meu coração... vamos ser sinceros aqui. Nós somos irmãos e por mais que vivemos entre tapas e beijos temos uma ligação especial. Você sempre foi apaixonado por ela, certo ? — e ele concordou com a cabeça. — Você só assumiu isso à pouco tempo, mas você chegou à alguma vez... Dizer isso ao pai dela? Dizer que ama a filha dele e que vai fazer ela bastante feliz?

— Allyson disse que não precisava dessas coisas e que ele já sabia que ela gostava de mim da mesma forma. Ele só não aceita o fato de que em breve ela sairá de casa e tenta mostrar para ela que existe pessoas melhores para ela no mundo. — Havia sido poucas vezes em que via meu irmão vulnerável daquela maneira, mas naquele momento ele estava pra lá do que vulnerável.

Então percebi que ficar dependente de alguém daquela forma poderia ser perigoso demais.

— Eu não sabia que ela iria mudar, mas você tem que ir lá e passar segurança. Não como melhor amigo, mas sim como namorado já que vocês são isso agora.

Quando descemos a escadas demos uma pausa no nosso assunto. Fomos até a cozinha onde eu peguei uma maçã e dei uma mordida. Mama estava em uma de suas corridas onde eu via apenas o vento passar e sua roupa preta em um borrão, soltei o ar pesado dos meus pulmões a maneira com que ela tinha de lidar com atrasos foi sufocante e também ela correr daquela forma muito perto das pessoas acabava puxando mais ar do que o necessário e nos deixava um pouco transtornado. Nada preocupante, se posso dizer assim. Meu irmão já parecia acostumado.

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