Uma nova esperança

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-Então, você vive perguntando coisas pra mim, do porquê eu estou triste e tudo mais. - ela começou - E acho que não adianta mais esconder de você.

-O que?

-Meu pai vai ser transferido mês que vem.A gente vai pra outro estado Sócrates.Eu vou embora.

Os olhos dele se encheram de lágrimas, assim como os dela.Um silêncio pesado e doloroso se instalou no ar, enquanto ele olhava para várias direções, tentando digerir a notícia.Ela fica com a cabeça baixa.E começa a chorar.Ele a abraça forte, e os dois choram juntos.

-Talvez seja melhor a gente acabar agora, pra não ficar pior – ela disse

-Não , não eu quero ficar com você até o último momento que eu puder.

Eles se abraçam mais forte.

-Quando vocês vão embora?

-No começo de dezembro.

-Não tem como você ficar?

-Eu tenho que ir Sócrates, eu tenho que ir.

Naquele último mês, eles se viam todos os dias. Saíam do trabalho e ficavam juntos.Foi assim até a última semana.Ela ia embora em uma sexta-feira a noite. Ele tinha se programado e iria faltar ao trabalho para ir com ela ao aeroporto. Todavia na quinta-feira, ao chegar do trabalho sua mãe lhe falou:

-Bruna deixou um envelope aqui pra você.

Ele estranhou. Trancou-se no quarto e abriu. Dentro do envelope havia outro, um pouco menor; neste último estava escrito na capa "Não gosto de despedidas. Talvez tenha sido melhor assim". Seus olhos foram se enchendo de lágrimas à medida que foi abrindo o outro envelope. Era uma poesia.

"Se fosse pelo muito amar

Não haveria porque dizer isso

Mas ontem falei com o destino

E ele apontou em uma direção

Na qual eu não estava planejando

E tive que mudar o rumo dos meus passos.

Se fosse pelo muito amar

Não haveria tanta dor agora

Eu sei tenho que obedecer

Mas não escondo que gostaria de ficar

Talvez haja alguma dor

Entre a alegria que tivemos

E o amor que cultivamos em nossos dias

Porém eu sei que com o tempo

Sobrarão apenas boas lembranças

E a certeza de ter vivido um grande amor.

Estou indo embora.

E deixo uma poesia de saudade para você."

Chorando, ele foi correndo para a casa de Bruna. Quando chegou lá, começou a chamar, porém não havia ninguém. A casa estava vazia e escura. Ele sentou na calçada que era dela, e chorava com a poesia na mão.


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