Uma nova esperança

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Os meses iam se passando e Sócrates regularmente visitava Teodoro para conversar e compor canções, ao mesmo tempo em que continuava saindo com Bruna.Em junho, Sócrates e Teodoro encontraram um guitarrista chamado Gustavo.

Naquela altura, ele já estava a praticamente quatro meses com Bruna.Era uma coisa nova para ele, ficar tanto tempo junto com uma garota.Estava extremamente apaixonado, porém não era do tipo grudento; na verdade, era ela que ligava diversas vezes durante a semana, mesmo para contar as coisas mais bobas possíveis.Ele voltou a ter senso de humor, a sorrir mais.

Suas músicas e poesias agora eram sobre coisas diferentes, não mais sobre tristeza, dor e solidão.Estava mais disposto para jogar bola, trabalhar e até falar com seus pais, que só ficaram sabendo que ele estava namorando quatro meses depois do início do namoro.Ele fazia questão de não apresentar ela para os pais.

De quando em quando iam para a pracinha nas noites de sexta ou sábado, ficar com os amigos.

-Ei, agora que Sócrates tá namorando ele quase não vem pra cá! –disse Weydson no meio dos amigos – Olha, ele parece estar mais magro... Bruna, você tá acabando com esse cara!

Todos riam, inclusive os dois.

-Pior é tu Weydson, que é magro e nem namorada tem! – disse Sócrates

-Rapaz, isso é estratégia de sedução otário!Mulher adora homem magro!

-Sei disso não viu! – disse uma amiga de Bruna.

-Ué, tem gente louca pra tudo.É ou não é Sócrates? – retrucou Weydson.

-Não sei de nada.Vocês que são cara pálidas que se virem.Eu sou um rapaz puro.

-Só se for pura safadeza – diz um dos seus amigos

-É não, safado são vocês – diz Bruna dando um beijo no rosto de Sócrates.

-Ah, que bonitinho. – tira um sarro Weydson – Vamos fazer uma brincadeira.

Ele pega um copo e enche de água ardente.

-A gente faz uma roda aqui, e cada um vai ter que ir falando o nome de uma banda com uma determinada letra que a gente vai escolher.Quem falar um nome repetido ou não conseguir falar nenhum, vai tomar o copo.

-Sim, mas e depois? – alguém pergunta

-A gente escolhe um outro tema, e cada vez que alguém beber o copo vamos mudando.

A medida que a noite ia passando, todo mundo ia ficando um pouco bêbado, seja por causa da brincadeira ou pelos copos tomados por vontade própria.Chegou uma hora que Sócrates já estava meio alegre e Bruna, que estava mais sóbria porém não tanto assim, decidiu que era hora de ir para casa.

-Valeu Sócrates, agora você tá acorrentado. – se despediu Weydson.

-Eu to indo bem demais, por eu quero ir otário.Vocês são fracos demais – disse Sócrates, bem alto.

Bruna puxou ele levemente pela camisa e foram abraçados para a casa dele.

-Que isso garota, você tá me deixando em casa é?

-Claro, você tá chapado.

-Besteira, ainda são duas da madrugada, tá de dia ainda.E são os ca-va-lhei-rosssss que deixam as mulher em casa.

-Mas hoje a gente faz uma exceção.

-Se você insiste... – diz franzindo a testa

Chegando no portão da casa dele, ele diz.

-Pera, pera.Antes de eu entrar eu quero dizer uma coisa pra você.

Ele tenta se ajeitar para parecer mais sério.Pega na mão dela e diz:

-Você é a melhor coisa que me aconteceu nessa vida Bruna.Eu ti amo.

Ela olha para ele meio emocionada.Suas emoções tentam se mostrar em seu rosto, porém ela as segura.Ela abaixa a cabeça e diz:

-Eu também ti amo.

Ele sorri e beija a mão dela.Ela mostra um sorriso largo.

-Você sabe que cachaça ajudou bastante a gente pra falar isso né? – ele brinca

Ela sorri mais ainda.

-É ela ajudou, mas acho que ia sair mais cedo ou mais tarde.

Ele olha nos olhos dela com um sorriso e a beija.Se despede a vai abrir a portão.Quando ela se afasta só um pouco, ele a chama novamente.

 

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