O castelo

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Sócrates cabisbaixo, o acompanha.Eu o fica observando de maneira clínica, estudiosa.Eles chegam em frente a uma porta.Então Sócrates pergunta:

- Para que eu destruí aquelas casas então?Não serviu pra nada!

-Aquelas casas eram projetos pessoais que você estava construindo, porém não conseguiu finalizar.A frustação de não conseguir termina-las estava fazendo muito mal a você.Aquilo eram sonhos não realizados, e você os mantinha em pé, pois tinha uma esperança de conseguir.Agora, você se deu conta que isso é uma mentira.Porém, você ainda mantém dentro da sua mente uma fantasia de que estes sonhos já se realizaram.Você destruiu sua falsa esperança sobre o futuro, agora precisa destruir sua fantasia sobre o presente.

-Nossa, que manobra!Não tem como alguém fazer isso não?

-Não. – Eu abre a porta.Dentro dela, está tudo escuro. – Destrua a fantasia que alimenta a sua arrogância; quando fizer isso, verá como você é de fato e finalmente poderá melhorar.

-Você não vem?

-Essa parte você precisa fazer sozinho.Quando precisar de luz, chame o meu nome e a lamparina irá aparecer para você.

Sócrates respira fundo.

-Meu irmão, que viagem doida é essa em que eu me meti?Será que eu fumei maconha estragada e estou viajando?Não, não tem maconha certa pra criar uma viagem como essa.

Eu estreita o olhar.

-Entra logo idiota. – E empurra Sócrates para dentro da porta.


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