Um sonho quebrado

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Ele decidiu ir novamente à casa de Daniele no sábado.Antes de chegar a casa dela, Osmar que novamente estava na calçada tomando cerveja, lhe avisa:

-Ei garoto, tá indo na casa da ruiva é?

Ele acena positivamente com a cabeça.

-Ela não tá em casa não.Ela foi comprar salgado com um amigo.

-Que amigo?

-Não sei.

-Mas fica ali do lado da...

-Eu sei onde é, obrigado.

Sócrates se dirige rapidamente ao lugar.Quando chega, vê Daniele sentada em um banco junto com um rapaz, rindo.Eles ainda não o percebem, e Sócrates se aproxima com raiva.Ao chegar perto dos dois diz:

-Você é uma puta!Você é uma safada!Mentirosa de merda!Cala a boca porque eu sei o que você vai falar!Sua vagabunda!Não gosta mais é um caralho!Sua puta safada!E tu tá rindo porque cara?Qual é teu problema?Vô dá uma porrada na sua cara seu otário!

-Você vai me bater?- pergunta Daniele enquanto se levanta.

-Não porque não encosto em puta.Sua vagabunda safada! – xingava olhando fixamente no olho dela, com um olhar agressivo. – pode ficar ai com esse merda!Olha só pelo que você me trocou!Um cara feio pra cacete!Sua vagabunda! – dá as costas e vai embora.

Daniele está imóvel; ela olha para a rua que possui alguns fofoqueiros fazendo seu plantão noturno.Para a sua sorte, a rua não está tão cheia assim.Sócrates anda com raiva, mas quando pega o ônibus e se senta, seu pensamento começa a mudar sobre Daniele.Toda a idealização que ele possuía em relação a ela começa a se desmontar.Seu semblante é de raiva, mas de alguma forma ele sente um alívio.

Nas semanas seguintes, ele já consegue dormir e comer melhor.As músicas que escutava antes falavam sobre perda de amor, fim de relacionamento, amor mal correspondido; agora, só escuta canções que criticam o ex-cônjuge, músicas sobre dar a volta por cima, sobre recuperações e por ai em diante; porém sempre regadas com lágrimas e dor.

Em uma noite, seu pai lhe chama na varanda.Ele esta levemente embriagado, e Sócrates logo percebe.

-Senta ai – diz seu pai.

Ele puxa uma cadeira e se acomoda.

-Porque você não conversa comigo?

Sócrates fica surpreso com a pergunta.Ele não responde.

-Tenho muita inveja dos meus amigos...eles são bem próximos dos seus filhos...eu queria que a gente fosse assim.

Sócrates permanece em silêncio.

-Você não fala nada pra gente, pra mim e sua mãe, como se a gente não fosse importante pra você.Eu queria saber de você, das suas namoradas, das suas coisas, mas você não conversa comigo... – então seu pai vira o rosto.

-Posso ir?

-Vá – diz seu pai, um pouco decepcionado.

Os EspelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora