Uma nova esperança

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Um outro estado, nova casa, nova vida.Aos vinte anos, ele começou a decidir o que faria no presente para construir o seu novo futuro.Pediu para o pai matricular ele em um cursinho de pré-vestibular; como o futebol não tinha dado certo, ele resolveu correr atrás do outro sonho que tinha: ser cantor.

Como não tinha amigos, passava muito tempo no computador.Começou a procurar nas redes sociais do mundo digital pessoas para montar uma banda.Mas ele começou a perceber que não seria simples.Ele teve alguns contatos on-line, porém nenhuma conversa tinha ido adiante.

No fim daquele ano, ele iria passar no vestibular da universidade federal para o curso de Administração.Ele não queria fazer o curso; fez porque as matérias que tinham um peso maior na prova eram de seu domínio, como português e história.Depois de ter tentado duas vezes para Ciência da computação, acabou desistindo.Tentou Administração não pelo curso em si, mas pelas matérias da prova do vestibular.Quando passou, não ficou feliz.

Estava se tornando um pessimista; antes de ver o resultado pensou consigo mesmo "Se eu não passar, vai ser uma vergonha; para mim, que me considero um cara inteligente não passar nesse curso seria embaraçoso.Mas se eu passar, tanto faz.Só estou fazendo essa droga para que meus pais não pensem que sou um vagabundo; quando eu fazer sucesso com minha banda, vou abandonar esse curso infeliz".

Ele recebeu os parabéns de seus pais, e de vários parentes.Todavia, ele agia como se nada tivesse acontecido.Seus pais estranhavam um pouco a sua apatia diante de uma grande conquista como aquela.

Sua vida pessoal continuava monótona.Em um ano, geralmente saía com uma ou duas garotas no máximo.

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Aos vinte e dois anos, ele começou a fazer um estágio.Era a primeira vez que recebia dinheiro por sua força de trabalho.Até então, vivia com pequenas quantias para sair com seus amigos, já que não recebia mesada dos seus pais.Só de vez em quando, arrumava coragem para pedir dinheiro a eles.

Começou a malhar e a cuidar mais da aparência; aos pouco foi chamando mais a atenção das mulheres.No estágio conheceu uma moça chamada Rafaela.Apesar de ser bonita, não tinha a beleza da sua futura namorada idealizada.Para ele, ela poderia servir para ser uma companhia durante algumas noites, nada mais.Ela não tinha uma boa reputação entre seus conhecidos da empresa; era conhecida como uma "moça fácil".

Um dia, no horário do almoço, estavam apenas os dois na sala de refeições da empresa.

-Você gosta de sushi Sócrates? – ela pergunta

-Gosto muito.

-Vamos marcar um dia pra ir em um rodízio?

-Claro.

-Quando dá pra você?

-Ah, eu não sei.Tenho que ver direito, acho que nesse fim de semana não vou ter tempo.

Ela fica em silêncio por um pequeno instante.

-Você só gosta de meninas do estilo patricinha né?

Imaginando que aquela seria sua escapatória, respondeu positivamente.

-É, você tem cara de metido mesmo – ela diz.

Ele reparou que Rafaela tinha percebido a sua indisposição para sair com ela.Paulatinamente, ela foi perdendo o interesse de uma maneira inversamente proporcional a ele, que aos poucos foi ganhando.Quando ele foi contratado, ela saiu da empresa, para a sua decepção.Rafaela nem se despediu dele.O seu orgulho continuava a afastar as pessoas.

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