As primeiras ilusões

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-Maíra é uma gata Sócrates!Feio é tu!

Ser tímido tem seus custos.O pior é não poder admitir a timidez entre os colegas, para não ser alvo de piadas.Então Sócrates começou a usar um recurso menos nobre: o orgulho.Ele servia para justificar a falta de iniciativa em relação às meninas, frente ao questionamento de seus colegas.

Porém se servia como arma de defesa social, o orgulho junto com a timidez tornaram-se um muro gigantesco, que aos poucos foi se levantando ao redor de Sócrates; e ele foi se tornando uma pessoa extremamente solitária.De vez em quando, falava com sua mãe sobre Maíra.

-Você tá muito pensativo...tá pensando em que?Em uma garota é?

-Como sabia?

-Sua mãe não nasceu ontem.Ela é bonita?

-Muito.

-Ela gosta de você?

-Eu acho que não...eu não sei, não falo muito com ela.

-Na minha época, eu paquerava muito.Mas só paquerava, nada demais.Hoje em dia as meninas são mais atiradas.Você paquera essa menina?

-Sim.A gente se olha todo dia.

-Pois então vá falar com ela e acabe com essa agonia de ficar pensando nela o tempo todo.Deixe de ser besta! – diz sua mãe, que liga a TV.

O ano inteiro se passou e ele sempre olhando para Maíra; ao saber que ela tinha começado a ficar com outro menino que ele conhecia, novamente se decepcionou.Mais uma vez, teria que arrancar da sua mente as imagens criadas por ele, onde ele e Maíra eram namorados.A solidão começou a se tornar uma companheira constante.

Um dia, ele chega chorando em casa.Vai direto para o quarto, procurando seus cadernos de poesia; ele tenta escrever algo, porém não consegue, pois a dor das lágrimas toma conta.Sua mãe abre a porta do quarto, e ao ver o filho chorando pergunta:

-O que foi?

Ele não responde, apenas meneia a cabeça negativamente enquanto chora.


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