Capítulo 11

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Assim que o doutor desapareceu no corredor, eu me desesperei. Fiquei sem saber para onde ir e o que fazer. Nem ao menos perguntei onde ficava o quarto.

Ir ao encontro dela agora ou não?

Para quem está de fora é fácil decidir, mas para mim não é nada fácil.

Por quê?

Porque quando eu finalmente entendo que estou amando uma mulher, que é a minha professora, que também é minha amiga, depois de nos beijarmos e acontecer um acidente desse, causado pelo meu querido passado, ela simplesmente se esquece de tudo.

"Simples" assim.

Isso é de partir o meu coração. Como eu vou olhar para ela e fingir que nada aconteceu, quando o que eu mais queria era beijá-la mais uma vez, mesmo sabendo que era errado?

Depois de algum tempo decidindo se iria ou não, acabei por decidir ir.

Andei por ali procurando uma enfermeira para me informar onde fica o quarto, pois nem o médico havia dito, nem eu perguntei.

— Oi... ― Abordei um pouco tímida, um enfermeiro que conversava com uma das recepcionistas do hospital. ― Com licença... — Toquei em seu ombro e ele se virou. — Você pode me dizer aonde é o quarto da paciente Regina Mills?

— É a moça que estava em coma? — Assinto com a cabeça. — Pode seguir em frente naquele corredor. — Apontou para o corredor no final da sala de recepção, o mesmo que o médico que me informou sobre a saúde dela, entrou. — O último quarto à esquerda.

— Obrigada! — Agradeci e sai correndo em direção ao corredor.

Assim que entrei no tal corredor, que tinha mais ou menos uns 10 metros, parei logo no começo, como uma estátua. O nervosismo tomou conta de mim e de meus movimentos. Os sintomas já estavam aparecendo. Suor frio, problemas na fala e respiração, vontade de vomitar...

Ir ou não ir até lá?

Bem... Eu preciso ir... Em algum momento eu terei que me encontrar com ela.

Respirei fundo e comecei a andar lentamente, passando por cada quarto, apreensiva e com o coração acelerado.

Quando finalmente cheguei a última porta, minhas pernas já estavam fracas. Eu queria correr dali e ao mesmo tempo, entrar e encarar aquele rosto lindo mais uma vez.

Aproximei-me lentamente da porta e engoli seco. Botei a mão na maçaneta e girei lentamente.

Meu nervosismo era tão grande, que deu vontade até de ir ao banheiro.

Empurrei a porta para dentro, bem devagar, e só o necessário para que desse para eu colocar a cabeça dentro do quarto.

Em seguida, meus olhos a capturaram, deitada na cama, com a bata de hospital, cheia de fios pelos braços e peito, uma faixa na cabeça, com certeza por causa da colisão com o chão, um dos motivos que casou o esquecimento, e olhando pela janela, distraída com algo.

De onde eu estava, era possível sentir um cheiro doce de maçã. Acho que vinha dela. Acredito que alguma enfermeira ao dar o tal do banho higiênico nela, por coincidência, o que deve ter usado, sabonete ou perfume, não sei, tinha cheiro de maçã.

Meus olhos lacrimejaram no momento que ela começou a virar a cabeça em minha direção. Mas antes mesmo que completasse a ação, eu fechei a porta e sai correndo pelo corredor, até dar de cara com Robin e Tinker que estavam com expressões de confusão, provavelmente me procurando na sala de espera.

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