Capítulo 45

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Saímos do quarto para tomarmos o café da manhã, e eu suspirei aliviada por no fim, apesar da conversa tensa que tivemos, tudo ter sido esclarecido e resolvido. Agora eu só torcia para Regina não se lembrar de qual o dia da semana estávamos. Eu estava péssima demais para ir à escola hoje.

Já na cozinha, quando abri a geladeira, peguei a primeira coisa doce que encontrei e coloquei na boca. Um resto de barra de chocolate branco. Não me importei se estava muito duro e gelado, eu só queria tirar o amargo da boca. Caso de vida ou morte.

Após saborear o chocolate, peguei a caixa de leite integral que pretendia, e fechei a geladeira, dando de cara com Regina me encarando de braços cruzados e um ar interrogativo.

— Precisava acabar com o amargo. — Disse sem graça, ainda chupando os dedos.

— Consequências. — Arqueia a sobrancelha. Pega a caixa da minha mão e se vira, andando até a mesa. — Vá acordar os outros, eu faço o café.

Assenti rapidamente e sai do cômodo, indo fazer o que me foi pedido.

•§•

Após acordar meus amigos, que dormiam espalhados pela sala, subi para tomar um bom banho quente, e quando voltei para a cozinha, cerca de 45 minutos depois, ou por ai, encontrei apenas Regina lavando alguns pratos.

— Cadê o pessoal? — Sentei-me na bancada e puxei um prato, que só podia ser meu, para perto. Ao lado da xícara de café com leite, havia uma aspirina. Tratei logo de toma-la. Minha cabeça precisava de um alívio.

— Tiveram que ir embora, mas avisaram que depois liga para falar com você e saber como está. — Responde sem se virar ou mesmo parar o que fazia.

— Estou bem péssima, mas vou ficar bem. — Murmurei, atacando uma torrada com geleia, aparentemente deliciosa.

E então ficamos em silêncio. Enquanto eu desfrutava do meu café da manhã, minha professora terminou de lavar os poucos pratos sujos, guardou-os em seus lugares, ela conhecia bastante bem a minha cozinha, e logo após, se encostou no balcão, de braços cruzados, passando a me observar comer.

— Estamos mesmo bem? — Quebro o silêncio, vendo-a me observar séria demais. Levanto-me e vou em sua direção, antes limpo a boca com um guardanapo, e a cerco com meus braços, apoiando-me no balcão atrás de si.

— Eu ainda estou com as últimas horas na cabeça... — Responde-me sem me olhar nos olhos. — Nossa briga, a ligação de Ruby me pedindo para vir aqui, você completamente bêbada na cama, nossa conversa hoje de manhã...

Sem dizer uma palavra, encosto minha cabeça em seu colo e a abraço, logo sendo retribuída. Entendo sua situação no momento. As últimas horas não foram nada fáceis mesmo.

Ficamos alguns bons minutos assim, apenas abraçadas e em silêncio, até que Regina começa a beijar minha cabeça, ao mesmo tempo que faz carinho em minhas costas, e segundos depois, já estamos nos beijando ardentemente.

— Fiquei sabendo que o sexo de reconciliação são os melhores... — Sussurro em seu ouvido, descendo beijos por seu maxilar. — Mas eu nunca tive a oportunidade de comprovar. — Beijo seu pescoço e dou uma mordia de leve, escutando seu gemido. Arrepio-me toda com o som. — Você bem que poderia me ajudar a comprovar, não acha? — Ela sorri. Aquele sorriso que mexe com todas as suas estruturas.

— Realmente, é muito bom. — Comenta, jogando a cabeça para trás, oferecendo-me seu pescoço mais uma vez. — Já fiz muitas vezes enquanto casada. — Paro instantaneamente ao ouvir e processar o que disse.

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