Capítulo 34

5.2K 335 394
                                    

Entramos na boate, que estava bastante lotada, para a minha surpresa, de muitos jovens como eu, e bem animada ao som de Irene Cara, cantando "What a feeling", e fomos procurar um lugar para ficar.

•§•

— Você bebe? — Regina me pergunta de repente, assim que assentamos nossos bumbuns no acolchoado assento de couro vermelho do banco.

— Tudo e mais um pouco.

— Ok, mas não hoje, tudo bem? — Questiona-me em um tom sério. — Não comigo! — Balança o dedo negativamente em minha direção. — Você não tem nem 20 anos ainda. Não irei me sentir bem, sabendo que uma menor de idade, bebe em minha presença, e eu me passo por negligente.

— Regina! — Faço um enorme bico, sentindo-me como uma criança fazendo manha para a mãe, por estar sendo impedida de comer doce. — Não acredito que você vai bancar a... — Coloca um dedo em meus lábios, impedindo-me de continuar o que dizia. Respiro fundo, fechando os olhos e buscando calma, e decido deixar para lá. Além de ela estar certa, eu não sou movida a álcool mesmo. Posso passar uma noite sem beber. Não vou morrer por isso. O que eu não posso fazer, é estragar algo que tem tudo para ser bom, por causa de uma besteira dessa. — Ok! — Disse por fim. — Você tem razão. — Murmurei, desviando minha vista para a pista de dança, capturando as pessoas dançarem. Rapidamente, meus ouvidos captaram "Night fever" e eu me animei. — Vamos dançar? — Chamei-a, sem nem mesmo olhar para ela. Estava empolgada demais olhando as pessoas dançarem sincronizadamente, igual nos filmes de época. — Eu amo essa música!

— Você sabe dançar?

— Meus pais me ensinaram por muito tempo. — Levantei-me, e estendi minha mão, que rapidamente foi aceita, sendo segurada com força e animação.

•§•

Bem animadas, dançamos duas músicas em meio as pessoas, imitando-as, até a segunda acabar. Quando a seguinte começou, ainda do mesmo artista, pedi uma pausa para Regina, para ir ao banheiro, e ela decidiu que também pararia, pois estava cansada, e pegaria bebidas para matar quem estava nos matando.

Quando eu voltei para onde estávamos sentadas, Regina ainda não tinha voltado. Enquanto eu a esperava, uma garota começou a me encarar, e a primeira coisa que eu lembrei, foi da inconveniência de Fiona. Um arrepio percorreu o corpo, ao me lembrar de suas encaradas intensas e perturbadoras. Agradeci a Deus por Regina não ter me feito ir para a escola durante a semana que passou. Não queria ter que esbarrar com ela, nos corredores, banheiros, ou em sala de aula. Apesar de que, uma hora eu terei que ir e encara-la. Ao menos enquanto minha morena não estiver apta para voltar.

O segundo pensamento que veio à mente, consequência do primeiro, por envolver Regina, foi o colar que eu estou escondendo no bolso, para oferecer a ela no fim da nossa noite. Mais precisamente, em sua resposta ao meu pedido, se será positiva ou negativa.

Meus pensamentos são interrompidos pelo susto que tomei por causa da garota que me encarava segundos atrás. Agora, ela estava sentada em minha frente, no lugar de Regina, com as mãos na mesa, encarando-me bem de perto.

— Olá, tudo bem? — Saúda-me em um tom sedutor, abrindo um sorriso igualmente. Sei exatamente o que ela quer, e preciso confessar que é bonita, mas não me chama a atenção para qualquer coisa, primeiro por só sentir atração por uma única mulher, Regina, e segundo, por não ter interesse algum em pessoas da minha idade.

Antes que eu respondesse à garota, Regina chega com as nossas bebidas, e uma expressão irritada em seu lindo rosto esculpido pelo maior artista que eu conheço, com certeza por causa da outra.

Next to meOnde histórias criam vida. Descubra agora