Capítulo 58

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Assim que cheguei ao hospital, trocaram minha roupa por um vestido verde, levaram-me para um quarto e foram atrás de um ortopedista. Quando o homem entrou na sala, poucos minutos depois, eu quase dei um grito de felicidade e o chamei de meu salvador. Minhas costas estavam incomodando demais e eu não sei por quanto tempo mais eu conseguiria aguentar calada ou mesmo acordada.

― Ei, meu nome é Jason e eu vou cuidar de você. Então, pode relaxar. ― Fala gentilmente, com um sorriso, e eu tenho vontade de gritar de raiva por ver sua tranquilidade enquanto eu estou quase morrendo de dor. Ai que inveja! ― Qual o seu nome? ― Uma enfermeira se aproxima dele com uma bandeja e ele pega um par de luvas.

― Emma...

— Olá, Emma! O que você está sentindo nesse exato momento? — A mesma enfermeira se aproxima novamente e lhe entrega uma prancheta, provavelmente com todas as informações que os paramédicos me perguntaram no caminho até aqui.

— Dor... — Respondo com dificuldade.

— Está com dificuldades para respirar? — Troca sua atenção da prancheta para mim e eu assinto. — De 0 a 10, diga um número que se encaixe com a dor que está sentindo. — Levantei os dez dedos sem pensar duas vezes e ele riu. Parabéns Sr. Jason, por achar graça das desgraças dos outros. — Eu irei fazer um exame de raio-X para detectar qualquer coisa anormal em sua coluna e peço que fique o mais quieta que puder. — Assenti e fechei os olhos, sentindo lágrimas descerem por minha bochecha. Eu não iria me mexer nem se me pagassem.

A sala fica alguns segundos em silêncio, mas logo escuto Jason chamar dois enfermeiros e em seguida os seus passos se aproximando de mim. Então sinto a maca que eu estava deitada, ser levantada e colocada em outro lugar. Logo após, sinto ser empurrada. Abro os olhos e vejo Jason andando em minha frente enquanto conversa com a mesma enfermeira que lhe passou minhas informações e as suas luvas.

Chegamos em uma sala e eu logo vejo, bem no meio, o aparelho de raio-X acompanhando de mais dois acessórios. Os rapazes fazem a minha transferência para a cama do aparelho e eu volto a fechar os olhos, sentindo a dor aumentar. Acho que esse tanto de movimentação estava piorando a minha situação. Quando é que eles iriam me dá o remédio que acabaria com todas essas dores?

― Emma? ― Escuto a voz de Jason me chamar e abraço os olhos imediatamente. ― Essa é máquina que me mostrará como está a situação dos seus ossos da coluna. ― Explica, batendo de leve no tubo de raio-X. ― Há quanto tempo você está sem comer? ― Pergunta, olhando para o relógio no pulso.

― Desde a hora do almoço, às 12:00hrs mais ou menos. ― Coincidentemente a minha barriga faz um barulho e eu só espero que ele não tenha escutado.

― Você está esse tempo todo sem comer? ― Questiona surpreso e eu assinto. ― Bem, para que haja uma melhor visualização do exame, eu vou injetar uma substância chamada contraste. Eu perguntei há quanto tempo está sem comer porque é necessário estar em jejum de no mínimo 4 horas.

― E vai doer? ― Questiono preocupadíssima. É só o que eu quero saber, afinal.

― Pode ficar tranquila que você não vai sentir nada além da dor que já está sentindo. ― Responde-me em um tom tranquilo e dessa vez eu não sinto raiva, apenas alívio por saber que não sentirei mais do que já estou.

Ótimo!

― Talvez você tenha algumas reações, como náuseas, coceiras, calorões e gosto metálico. ― Avisa, afastando-se e indo até uma porta que eu não tinha visto até então. Segundos depois, ele volta com uma pequena seringa em mãos. ― Esse é o contraste. ― Mostra-me a seringa e eu vejo a pequena e finíssima agulha em sua ponta. ― Eu vou aplica-la em sua mão. ― Avisa e eu assinto. Então fecho os olhos e logo o sinto pegar em minha mão, em seguida, sinto uma pequena picadinha. ― Pronto! ― Volto a abrir os olhos e ele está sorrindo para mim.

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