Capítulo 63

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oien, voltein, rs

o capítulo está bem grandinho e no quase fim/fim terá algo do agrado de vocês :)  



Acordei sobressaltada, com algumas imagens dos meus sonhos ruins da noite passada, em minha cabeça. Ao girar para o lado vi que estava sozinha na cama. Quer dizer, a Ava estava bem acomodada no lugar onde Graham dormiu. Sorri vendo a minha pequena tão à vontade no lugar onde tem dormido desde que Regina foi embora, mas que tem perdido em algumas noites com a chegada de Graham.

Criando coragem para mais um dia, levantei-me num pulo, o que acarretou em uma leve tontura, e deitei novamente. Ava, que agora já estava acordada, vem pra cima de mim e me lambe toda, como sempre faz. Essa era a sua forma de me desejar bom dia.

Fico alguns minutos recebendo e retribuindo seus carinhos, até que me sinto recuperada da tontura e finalmente me levanto, dessa vez mais devagar, e saio do quarto. Desci as escadas brincando com Ava e quando levantei a cabeça para seguir para a cozinha, vi Graham sentado no sofá, com os braços apoiados nos joelhos e de cabeça baixa, apoiada nas mãos. Alguma coisa não estava certa.

― Graham? — Chamo sua atenção, ainda de longe, mas ele nem se mexe. Sentindo que tinha alguma coisa errada, meu coração se acelera e eu corro até ele. — Ei, o que aconteceu? — Sentei-me ao seu lado no sofá e comecei a acariciar seus cabelos. Percebi que ele estava chorando e senti um aperto no coração. Agora eu tinha ainda mais certeza de que algo estava errado e tinha quase certeza do motivo do choro. Poucas foram as vezes que o vi assim, desde que começamos um relacionamento.

― Aconteceu novamente. — Ele responde baixinho, com a voz embargada. — Essa madrugada. — Soluçou. — É a terceira vez só enquanto estou aqui. — Acrescenta, finalmente levantando a cabeça e eu o acolho em meus braços, em um abraço apertado.

― Como ela está agora? — Minha voz sai embargada e meus olhos marejam.

― Está internada novamente. Meu pai não tem condições de ficar com ela no hospital, então o Quinn está lá enquanto Lua fica em casa com ele. — Solto-me do abraço, levanto-me do sofá e começo a andar de um lado para o outro, nervosa.

Exceto as vezes que isso aconteceu enquanto Graham ainda estava em Nova Iorque com a mãe, essa está sendo a terceira vez. Uma vez já é horrível, imagina seis? Seis derrames do tipo hemorrágico! Sei exatamente o que Graham está sentindo. Há alguns meses eu estava exatamente como ele quando descobri sobre minha mãe estar com um tumor, que Graças a Deus deu tudo certo e ela passa bem, por enquanto, e isso é horrível. Saber que a mulher mais importante da sua vida está com problemas de saúde e com altas chances de nos deixar e você está do outro lado do mundo sem poder fazer algo, é de matar. É uma dor terrível que eu não desejaria para ninguém.

― Nós podemos ir até lá nesse final de semana, o que acha? — Volto a sentar do seu lado e o abraço de lado, e Graham deita a cabeça em meu ombro.

― Você não precisa ir, Emma. — Fala baixinho. — Não quero atrapalhar sua vida.

― Isso não vai me atrapalhar, Graham. — Afasto sua cabeça do meu ombro e puxo seu queixo delicadamente para que ele me olhasse. — E se você quiser, eu quero te acompanhar nessa viagem, quero saber como sua mãe está. Estou preocupada com ela. Não quero ficar tendo notícias a distância. Quero está lá com você. — Digo firme, olhando fundo em seus olhos e ele assente. Beijo carinhosamente a sua testa e o abraço apertado. — Então, além dela está internada, tem mais alguma notícia? — Ele balança a cabeça negativamente e algumas lágrimas começaram a descer novamente por seu rosto. — Ei, vai ficar tudo bem, tá? — Tentei soar esperançosa, mas não estava sendo nada fácil. — Vamos ter esperanças que ela sairá bem dessa. Sua mãe é forte e você sabe muito bem disso. ― Ele abre um pequeno sorriso. ― Se ela já passou por isso cinco vezes e ficou bem, passará por essa também. — Acariciei o seu rosto e enxuguei algumas lágrimas. — Ela ficará bem como ficou das outras vezes. — Mesmo com vontade de chorar, eu abri um sorriso. Graham precisava de apoio nesse momento, não de mais alguém chorando e deixando-o ainda mais triste. — Vamos tomar café e depois ligamos para o seu irmão para saber como ela está. — Levanto-me e estendo a mão. Ele me analisa por uns segundos, parecia pensar se aceitava ou não o convite, e então segura minha mão e se levanta também.

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