Capítulo 74

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Ao abrir os olhos, dou de cara com Regina sentada ao meu lado, observando-me com um pequeno sorrisinho.

― Ontem à noite eu estava tão preocupada com você por causa da minha mãe, que nem me dei conta do que você estava usando. — Fala, deixando-me completamente confusa. — O que está fazendo com a minha blusa de dormir? — Cruza os braços e arqueia a sobrancelha. — Passei dias procurando por ela.

Levanto-me no mesmo instante e analiso o que estava vestindo. Já nem lembrava mais que a estava usando.

― Você quer de volta? — Finjo ficar triste. — Eu a peguei no dia que trouxe suas roupas, logo quando voltei de viagem. — Peguei na barra da blusa e levei ao nariz. — Tinha o seu cheiro e era uma forma de ter você por perto, mesmo sem estar. ― Confesso sem vergonha alguma.

Minha morena me analisa em silêncio e de repente se joga em cima de mim, derrubando-nos na cama.

― Pode ficar, mon amour. (Meu amor) — Sussurra de formal sensual e dá uma mordida de leve em minha orelha, deixando-me arrepiada.

― Sabe... Eu adorei ver você falando em francês. — Murmuro extasiada com os beijos que está me dando no pescoço. — Isso me excitou...

― Excitou, foi? — Pergunta manhosa, com a voz rouca e me beijou com vontade ao mesmo tempo que sussurrei um ''humhum. ''

Seus beijos pelo meu pescoço começaram a evoluir e desceram em direção aos meus seios, porém por cima da roupa e eu logo me lembrei de que não estávamos sozinhas e alguém poderia chegar a qualquer momento ali. A última coisa, ou nem a última, que eu queria nesse momento é que esse alguém fosse justamente Cora, a entrar nesse quarto e nos ver fazendo qualquer coisa.

― Rê, é melhor parar... — Minha voz sai entrecortada devido a suas carícias. — Alguém pode entrar e nos ver. ― Tento afastá-la, mas estou completamente sem forças e não consigo.

― Ninguém vai entrar, mon amour... (meu amor...) — Murmura, continuando com os beijos, descendo por minha barriga e levantando a blusa. Quando senti seus lábios tocarem minha pele, soltei um leve gemido. Precisávamos parar urgentemente.

― É melhor não arriscar... — Empurro-a delicadamente para que parasse o que fazia e dessa vez consigo afastá-la. — Essas coisas sempre acontecem... E sua mãe pode vir aqui, e mesmo que ela bata na porta para avisar, eu prefiro sair sem que ela precise vir. — Meu amor suspira pesadamente, claramente desgostosa com a minha decisão e se joga teatralmente ao meu lado na cama.

― Tudo bem, você venceu... Quebrou completamente o clima... — Pega o lençol e se cobre toda. Sorri de seu drama e fui para cima dela, retirando a coberta de seu rosto.

― Não fica triste, meu amor... À noite, eu serei toda sua. — Digo em tom de promessa.

― Vai demorar muito. — Retruca com manha, fazendo um bico e eu não perco a oportunidade de beijá-lo e morde-lo.

― Num piscar de olhos já é de noite, meu amor... ― Acaricio seu rosto e então me lembro da tapa que ela deu na mão e recebeu também. ― Regina, você e sua mãe estão mesmo bem?

― Emma, não é a primeira vez que minha mãe me bate e eu também. ― Responde, demonstrando que sabia exatamente o que eu estava perguntando. ― Eu não nasci com essa cicatriz. ― Arregalo os olhos em surpresa e passo o dedo levemente no lugar.

― Foi ela? ― Minha morena assente com pesar.

― Em uma briga para defender a minha irmã... ― Seu tom é triste.

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