Capítulo 40

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Assim que chegamos à casa de Regina, não entramos, mas, seguimos direto para o nosso cantinho especial. A macieira que há na parte de trás do jardim. O lugar preferido da minha morena, e que agora estava se tornando o meu também.

Como fazíamos antes, eu me sentei primeiro, encostando-me ao tronco, e ela, em seguida, no meio das minhas pernas. Abracei-a com toda a minha força, e meu amor se virou para me dar um beijo suave nos lábios.

Voltamos a posição inicial e ficamos em silêncio, apenas sentindo a brisa suave tocar nossas peles, enquanto fitávamos as estrelas brilhantes daquela linda noite de domingo.

— Sabe... ― Regina quebrou o silêncio. Seu tom era pensativo. — Quando você me apresentou ao seu último namorado, naquela época, e eu comecei a sentir ciúmes, tive a certeza que estava gostando de você, de uma forma mais intensa do que deveria. — Confessa, agitando meu coração. — Eu já suspeitava antes. — Deu um sorrisinho.

— Por que... ― Fui interrompida por seus suaves dedos, de forma desajeitada por causa da posição, tampando minha boca como um pedido de silêncio. Acatei seu pedido e desisti de lhe questionar qualquer coisa.

— Eu quero continuar, Em. — Pediu sussurrante e beijou minha bochecha. — Como eu estava dizendo... — Fez uma breve pausa. — Naquela época, eu tive a certeza que estava mesmo apaixonada por você, e já não sentia mais nada por Robin.

Eu escutava sua confissão, atentamente, tentando acalmar as batidas do meu coração. Saber que Regina já gostava de mim há muito mais tempo do que eu imaginava, e ter a confirmação desses sentimentos, mesmo que indiretamente, era o maior conforto que o meu coração apaixonado podia querer.

Encarávamos o céu estrelado de domingo, com os rostos bem colados. Algo bem romântico, digno de filmes. Meu queixo descansava em seu ombro, e minhas mãos envoltas de seu corpo, eram apertadas fortemente pelas suas.

— Mas, infelizmente, eu não fui corajosa o suficiente para dizer a você. — Suspirou pesadamente, provavelmente se xingando mentalmente, ou algo do tipo, e balançou a cabeça negativamente. — Eu tive medo de perder sua amizade. — Olhou para mim. — É sempre assim. — Sorriu. — Quando um amigo se apaixona pelo outro, tem medo de dizer o que sente, por medo que a amizade acabe.

— Foi por isso que você me '' beijou'' ... — Destaquei o beijou, porque, afinal, não foi bem um beijo. — E depois ficou fugindo de mim? — Indaguei, aproveitando seu silêncio.

— Isso. — Confessou em tom baixo. — Em um momento de desejo e impulso, eu quis realizar o que eu sonhava há algum tempo, mas, no meio do caminho, o medo me pegou, fazendo-me desistir. Mas como eu já estava na metade do caminho, não podia desistir, então, por isso saiu aquele meio beijo. — Deu de ombros. Seu tom denunciava o quanto estava decepcionada consigo mesma. — Depois eu me arrependi, com medo de você querer se afastar de mim depois. — Balançou a cabeça negativamente. — Eu não queria ter que te ouvir falar coisas ruins, então tomei a iniciativa de fugir de você por alguns dias, antes que isso acontecesse. — Voltou a olhar para frente, e eu beijei seu ombro delicadamente. — Mas quando eu te vi daquele jeito, naquele dia na laje, eu não me aguentei... — Colocou as mãos no rosto e balançou a cabeça negativamente, porém sorrindo. — Chutei o pau da barraca e te beijei. — Descobriu seu rosto e encostou sua cabeça em meu ombro, direcionando seu olhar para cima. Acompanhei-a, encostando minha cabeça no tronco da árvore. — E para a minha surpresa... — Sorriu novamente e levantou uma das mãos até o seu rosto. Quando me inclinei para olha-la, percebi que estava chorando. — Você correspondeu. — Pegou uma de minhas mãos e beijou ternamente.

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