Capítulo 6

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Olho mais uma vez ao redor e depois para Regina, que continua a me olhar, estática. Uma expressão assustada. Olhos arregalados. Seu semblante demonstrava dor. Sua boca estava entreaberta e um pouco pálida.

— Regina? O que aconteceu? — Ela não me respondeu. Aos poucos senti seu braço se soltar de mim, então voltei a chamá-la: — Regina? — Toquei em seu braço. Sem dizer uma palavra, ela vai ao chão, fazendo suas costelas e cabeça, baterem com força no chão e desmaiando em seguida.

De forma desesperada, levanto-me e me ajoelho ao seu lado. Olho novamente ao redor para ver se encontro algo ou alguém, porém, assim como da outra vez, nada avistei. Volto a olhar para Regina e passo a mão em sua cabeça, começando a analisá-la para saber se a colisão contra o chão trouxe algum dano. Ao passar pela parte de trás sinto algo molhado e quente. Levanto sua cabeça rapidamente e percebo que está sangrando. Quando passo a mão em sua testa, percebo que está fria e sua pele está mais pálida ainda. Pela forma como estava, parecia estar perdendo muito sangue, mas não tinha como ser pela cabeça. Não tinha tanto assim.

— Regina... — Dou algumas tapinhas em seu rosto. — Não faz isso comigo, por favor. — Balanço um pouco seu corpo, mas é em vão. Nada acontece. Levo minha mão ao seu peito e percebo que o coração dela está muito fraco. Coloco dois dedos em seu nariz e quase não sinto sua respiração.

Retiro meu celular do bolso e tento digitar o número de emergência, porém estou tão nervosa que erro todos os números.

Depois de quatro tentativas eu consigo finalmente falar com a atendente. Ela me informa que em poucos minutos estariam chegando.

Sem saber o que fazer, me sento ao chão, puxo Regina para cima do meu colo e lhe agarro com bastante força, deitando minha cabeça na sua.

— Vai ficar tudo bem, Regina. — Sussurro. — Estou aqui com você... Aguente firme. Por mim... Por nós... — Peço. Meus olhos se enchem de lágrimas. — Só mais alguns minutos e eles já chegarão.

Enquanto estou abraçada a ela, percebo que sua cabeça continua sangrando. Sinto também, a minha mão suja de sangue. Então percebo que não é da sua cabeça, pois não tinha passado a mão no local do sangramento, só no cabelo, na parte mais em cima do machucado. O único lugar que tinha colocado a mão era em suas costas enquanto levantava-a. Logo me lembro do barulho que ouvi há pouco quando estava beijando-a. Minha mente, de forma rápida, raciocina e junta as coisas.

Para confirmar minha suspeita, levanto-a mais e passo a mão em suas costas, então sinto um buraco pequeno e algo duro.

Eu estava certa.

— Não! Não! Não! — Minha Regina havia levado um tiro nas costas, por isso sua expressão de dor depois que ouvimos o barulho.

Começo a chorar desesperadamente enquanto a mantenho em meu colo, abraçando-a o mais forte que posso, enquanto ela permanece imóvel em meus braços.

— Eu não posso e nem vou te perder. — Sussurrei e dei um beijo em sua testa, sentindo que estava ainda mais fria.

Finalmente, depois de vinte tortuosos e demorados minutos, o socorro chegou para levá-la para o hospital.

Enquanto passávamos pela entrada da escola, os alunos cochichavam uns com os outros sobre mim, por estar toda suja de sangue e chorando muito. Eles achavam que eu não os escutava. Estavam bem enganados.

Killian e Ruby correram logo ao meu encontro.

— Você está bem, Emma? — Ruby foi a primeira perguntar, analisando-me dos pés à cabeça.

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