Capítulo 28

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Desperto-me na manhã seguinte, sentindo Regina completamente agarrada em mim. Abro os olhos e sorrio ao ver uma de suas pernas, em cima da minha, um dos braços, abraçando-me pela cintura, deixando-a bem colada ao meu corpo, e sua cabeça em meu peito.

A sensação de ter Regina assim, tão perto de mim, em meus braços, é tão boa, que me faz sentir-me como se eu estivesse no paraíso.

Se eu pudesse, jamais sairia dele.

Devagar, começo a mexer em seus cabelos negros e macios, enquanto observo cada belo traço de seu rosto, desenhado pelo melhor artista que eu já conheci.

De repente, Regina começa a se mexer, dando sinais de que está despertando. E então, em segundos, a calma e paz que eu sentia, tornou-se um reboliço dentro de mim.

O que aconteceria agora? Como teríamos que agir, após o beijo de ontem à noite? O que eu deveria dizer, assim que ela abrisse os olhos e me visse ao seu lado? Como vamos ficar depois disso? Será que ela vai se arrepender do que fez? Ontem não parecia arrependida. O que devo fazer? Será que devo fingir que nada aconteceu? E se ela quiser se afastar de mim depois disso?

Fechos os olhos, tentando afastar o nervosismo e acalmar a loucura de questões que se formou em minha mente, e quando torno a abri-los, Regina já está com os seus abertos, encarando-me com um sorriso nos lábios.

— Bom dia, Em... — Saúda em um tom doce, rouco e manhoso, por causa do sono, e mais uma vez move seus lábios em um sorriso, deixando-me bastante aliviada por vê-lo. Ao menos uma de minhas preocupações, não era mais uma preocupação.

— Bom dia, Rê! — Devolvo mais animada, sentindo-me mais tranquila. Talvez o acontecido da noite passada, não seria o assunto do nosso café da manhã. Essa constatação me fazia feliz e triste ao mesmo tempo. — Dormiu bem? — Sento-me na cama, e encoste-me ao espelho.

— Maravilhosamente bem. — Responde feliz, também se sentando e ficando de frente para mim, que estava um pouco inclinada em sua direção. — Sempre que eu durmo com você, durmo bem. — Confessa, pegando-me de surpresa e me deixando sem graça. Sinto que minhas bochechas estão vermelhas nesse exato momento.

— É... — Tento disfarçar com um sorriso, mas falho miseravelmente, e ela percebe. — Que bom. — Digo por fim, sem saber o que de fato dizer.

Ficamos nos olhando por alguns segundos, até ela sorrir novamente, e se aproximar de mim.

— Você fica uma graça, com vergonha... — Coloca uma mecha do meu cabelo, atrás de minha orelha, fazendo carinho no caminho de volta, parando em meu ombro. — Eu gostei disso... Gostei desse seu novo lado... — De repente, pegando-me de surpresa mais uma vez no dia, coloca uma perna em cada lado do meu corpo e senta em cima de mim. Seguro em sua cintura, numa ideia falha, de tentar afastá-la. — Rê... — Ela coloca o dedo indicador em meus lábios, fazendo-me calar, e faz um biquinho, que me da vontade de morder e beijar, de tão fofo que é.

— Você não quer isso? — Indaga hesitante, olhando para a nossa situação. Seu dedo ainda estava sobre meus lábios.

Dou um beijo no dedo, e o retiro de onde está. — Eu quero... — Digo extremamente envergonhada por confessar. — Mas é que... — E mais uma vez sinto seu dedo sobre o meu lábio, impedindo-me de falar.

Ela me sorrir, olhando em meus olhos, e se aproxima do meu ouvido.

— Então não fala nada... — Sussurra, deixando-me arrepiada no processo.

Em seguida, volta à posição anterior, de frente para mim, olhando em meus olhos, retira seu dedo de minha boca, e começa a cariciar minha face. Até que se aproxima novamente, e me beija.

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