Capítulo 44

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— Regina... — Sussurrei, sentindo a cabeça latejar ainda mais. — Ela vai chamar Regina. — Senti o desespero se apossar do meu corpo. Meu coração já estava pronto para se candidatar à uma vaga de baterista, de tão forte e bem que ele batia. — Você não pode chamar a Regina, Ruby! — Levantei-me de uma vez da cama, vendo tudo rodar e ficar embaçado, e sentindo um frio percorrer o meu corpo, seguido de uma fraqueza nas pernas e nos braços.

Corri até o topo das escadas e vi minha amiga discando um número no seu celular, mas eu estava com muita dor de cabeça, para conseguir focar em quais eram os números.

— Ruby, por favor! — Ela me olhou, mas deu as costas.

No desespero, tentei descer as escadas pulando de dois em dois degraus, acreditando que chegaria a tempo de conseguir tirar o aparelho telefônico da mão de Ruby antes dela falar com Regina, mas falhei miseravelmente e acabei tropeçando, tendo como resultado, eu me embolando na escada e me estabanando no chão.

— EMMA! — Escutei um coro chamar por meu nome e depois tudo escureceu, como se as luzes tivessem sido apagadas.

•§•

Senti um vento frio e abri meus olhos. Eu estava no meu quarto. Tudo estava escuro, e apenas a janela estava aberta, permitindo que uma fraca luz entrasse juntamente com o vento gelado.

Onde ela está? — Escutei a voz de Regina e meu coração se acelerou. Ruby realmente a chamou e agora ela está aqui, provavelmente para me dar sermão e ficar ainda mais brava comigo.

— Agora está dormindo, mas não tomou banho, não tomou remédio e nem comeu algo. — Escuto minha amiga lhe responder em um tom cansado.

— Vai amanhecer péssima. — Ariel acrescenta.

O que aconteceu? Não era você quem costumava me ligar pedindo ajuda...

E era agora que eu iria me ferrar.

Não sei o que aconteceu... A Emma bebeu demais e passou dos limites. Disse simplesmente, para o meu espanto. Ruby sempre foi detalhista. Pensei que ela contaria tudo o que aconteceu em vez de só contar por cima. Talvez ela tenha decidido deixar a bomba toda comigo como forma de castigo.

— Podem ficar tranquilos, eu irei cuidar dela. Vocês vão dormir por aqui?

Não escuto as respostas que dão e tudo fica em silêncio. Segundos depois, escuto os passos de alguém subindo as escadas. Provavelmente é a Regina. É agora que eu finjo que estou dormindo ainda, para evitar, por agora, o inevitável, as consequências. Deitei-me de barriga para baixo e coloquei o travesseiro em cima da minha cabeça, cobrindo-a. Segundos depois, a porta se abriu.

Sinto uma presença se aproximar e pelo cheiro sei que se trata de Regina.

De repente, ela retira o travesseiro do meu rosto e eu agradeço muitas vezes por estar de olhos fechados. Sinto suas mãos levantar a minha cabeça bem devagar e me esforço para manter a respiração regular e não denunciar nada. Após colocar o travesseiro no lugar comum, sinto suas mãos retirando minhas botas, e depois desabotoando a minha calça, logo tirando-a de corpo. Sinto o edredom sendo colocado por cima do meu corpo e não consegui evitar de me aconchegar e permitir que o cansaço me vença.

•§•

Acordo sentindo uma forte dor de cabeça e meu corpo todo dolorido, como se eu tivesse ido à academia pela primeira vez. Não me lembrava do que tinha se passado depois que fumei com os garotos que eu nem conhecia. Não me lembrava de como sai da festa, como cheguei em casa, como fui parar na cama, e por que eu estava sem a calça. Eu não acreditava muito nessa história de amnesia pós bebedeira, mas agora estava acontecendo exatamente comigo, com certeza para me provar que era real sim. Muito real.

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