Fico paralisado e não consigo desviar meu olhar de sua enorme barriga.
Deveria estar com quatro meses de acordo com as minhas contas mas está grande demais para tudo isso.
Coloco à mão na boca exasperado e as lágrimas vem para meus olhos num impasse.
— Oh, meu Deus, Erika — Digo num fiapo de voz colocando as mãos na cabeça.
— Senhorita — Um dos guardas se profere a Erika. Fecho as mãos em punho. Eu vou entrar nesse lugar.
— Keka! Por favor, me deixa entrar. Por favor, Erika! — Implorei com as mãos nas grades do imenso portão.
— NÃO ME CHAME DE KEKA, SEU IMBECIL! — Ela gritou raivosa batendo com os punhos no peito do segurança que tentava a acalmar.
— Senhorita, podemos despacha -lo? — Pergunta o mesmo com um tom autoritário.
A garota se cala, não consigo ver seu rosto pois um dos seguranças enormes a tampa com o corpo.
Um silêncio se segue e eu não sei por que ninguém mais fala nada, até que um dos seguranças lança um olhar frio para mim.
— Ela desmaiou — O segurança diz.
Mordo os lábios erguendo o queixo numa posição estupefata tentando mascarar o medo que sinto desde homem enorme.
— E a culpa é minha? — Pergunto indignado enquanto o segurança me olha irritado.
— Senhor, seja lá quem você for, não é uma companhia que agrade a Senhorita Barbosa... — Ele começa mas eu o interrompo.
— E o que isso tem haver?! — Chuto com os pés a grade.
— Ela está grávida! Instável, vulnerável. Não pode sofrer fortes emoções, seu tolo — O outro guarda fala.
Me irrito e tenho certeza que meu rosto está vermelho.
— Eu.Preciso.Falar.Com.Ela — Digo pausadamente.
— E quem você acha que é para chegar aqui e pensar que pode mandar em alguém ou na "exclusiva" de Sílvia? — O guarda que segura Erika inconsciente nos braços pergunta vermelho.
Afasto um passo do portão e tento me recompor para responder a simples pergunta.
— Eu sou... Sou — Começo embaraçado e assim que meus olhos pousam em Erika nos braços do guarda sinto uma coragem repentina subir meu corpo — ...Sou o pai.
— O que? O pai? Você só pode estar louco...
— O pai da criança — Engulo em seco notando o como é diferente ouvir essas palavras saindo da minha boca. Uma sensação esquisita sobe dos meus pés até meu pescoço. Quase me sinto emocionado.
Balanço a cabeça tentando esquecer essa estranha sensação.
Um dos guardas abre e fecha a boca diversas vezes até simular alguma palavra:
— Você — Apontou para o guarda que carrega Keka nos braços — A leve para o quarto e chame as enfermeiras. E você — Apontou para mim — Vai vir comigo encontrar Sílvia, a dona daqui.
Minhas mãos começam a tremer de nervosismo. Eu consegui entrar.
O guarda com Erika leva para dentro da enorme mansão e eu acabo por seguir o outro guarda até uma casa menor ao lado.
Ele não fala nada e apenas me deixa na frente da porta e saí.
Incerto bato na porta e aguardo sem mexer um centímetro.
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Filho De Um Descuido
Teen FictionMe sinto Desrespeitada Estúpida Idiota Presa Errada Imbecil Inocente Grávida Na verdade é até estranho pensar nisso, sou boba de mais mesmo.... Chorei de mais mas, conto como foi a história, a tramóia, a idiotice de como fui parar na situação na qua...