Epílogo

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-- Ô, mãe! -- Grito -- Liga para o Mikael pra mim? To arrumando os balões. 

-- Eu tenho que tirar a torta do forno, pede para o seu pai! -- A ouço gritar da cozinha. A sua voz vem mais baixa, mas entendo o que diz.

-- Paiê! -- Grito dando um nó no balão roxo com gás hélio para fique preso no corrimão.

-- Querida, a Lexa não para de chorar, pega pra mim. -- Meu pai se aproxima de onde estou.

Assim que meus olhos batem no rostinho de Lexa, solto alguns dos balões e eles consequentemente flutuam até encostar no teto. Tiro Lexa de seu colo se sorrio com o rostinho angelical que ela tem. Completou um ano a pouco tempo, mas sempre foi um dengo. Não sai do colo dos outros. Passo a mão pelos seus cabelinhos cacheados como os de Sabrina.

-- Lexa, querida, logo logo o Luquinhas e a Emi vão chegar com a sua irmã. Não precisa ficar triste. -- A seguro dando alguns pulinhos. -- Se essa rua, se essa rua fosse minha...

Ela para de chorar imediatamente e abre os olhinhos para me encarar.

-- ...Eu mandava, eu mandava ladrilhar...

-- Com pedrinhas -- Ela continua a música com a voz dengosa de criança.

-- Com pedrinhas de brilhantes. -- Continuo a música, sorrindo com a sua atenção.

-- Para o seu, para o seu amor passar... -- Mikael continua a música entrando na sala, mas com uma pequena mudança na letra.

Gargalho com a sua chegada, e então entrego Lexa para meu pai.

-- Como você faz eles pararem de chorar? Bruxa. -- Meu pai exclama se afastando com Lexa, filha de Sabrina, no colo.

Fico nas pontas dos pés e beijo os lábios de Mike. Ele abre os braços e me abraça, apertando -me contra o seu peito. Beija os meus cabelos e passa as mãos nas minhas costas murmurando a música que cantávamos a pouco.

-- Onde está as crianças? -- Questiono depois de um tempo, ainda com o rosto em seu peito.

-- Daqui a pouco chegam, Sabrina e Scott passaram no mercado para comprar doces e cometeram o grande erro de levar as crianças junto. Terão dívidas eternas no cartão.

Rio docemente.

-- Me ajuda com os balões? A festa precisa começar ainda hoje. -- Brinco e ele, com facilidade, tira os balões que flutuaram até o teto.

Penduramos eles por um tempo e logo Sabrina está berrando enquanto empurra a porta. 

-- Peguem estas pestes e não me apareçam nunca mais com elas! -- Afoita, ela se senta no sofá da sala praticamente se jogando, enquanto as crianças correm atrás dela.

Eu e Mike caímos numa gargalhada. 

-- Exagerada. Elas são uns anjinhos. -- Exclamo e pego Lulu que corria junto com os outros no colo. -- Não é, Lulu?

-- Claro! Nós nem fizemos bagunça!

Scott aparece entrando na sala com milhares de sacolas penduradas nos braços. Ele ri como alguém que está sofrendo.

-- Sua pequena mentirosa! -- Ele grita, mas logo a pega no colo de mim. -- Você está muito pesada para oito anos.

-- Esta me chamando de gorda?. -- Lulu se faz de indignada.

-- Nunca cometeria tal crime. Não sou burro. -- Scott da uma piscadela para a filha e então a posiciona no sofá ao lado da mãe.

-- Nem chega perto de mim, amor, eu vou vomitar a qualquer momento. Tenho certeza. -- Sabrina reclama com a voz fraca.

Filho De Um DescuidoOnde histórias criam vida. Descubra agora