Capítulo 34

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O tempo passou

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O tempo passou

A noite andou

E eu fiquei...

Fiquei paralisada segurando uma xícara com chá já gelado. Refletindo sobre inúmeras coisas importante enquanto fito e ouço o tilintar do relógio de vidro na mesinha da sala.

E o mais difícil de acreditar é que eu estou mais surpresa que eu tenha um irmão, do que com o fato de meu pai ter aparecido tão de repente.

Isso sim não é normal.

Meu pai e minha mãe estão a bom tempo na cozinha fazendo um bolo e eu não consigo parar de pensar em tudo o que está acontecendo. É muita coisa, muita loucura, não parece real. E eu ainda estou aqui, vivinha e infeliz - ok, tenho que parar de ser dramática.

Será que Mike ainda está lá me esperando? Já é tarde, portanto é provável que tenha ido embora, e quando a Scott? Eu não falei e nem vi ele desde aquela conversa no telefone e eu sinceramente não quero mais o ver depois daquela conversa com a Sabrina, mas eu preciso, pois preciso convence -lo que aquilo de "me amar" não passa de ilusão e que ele deve ficar com a Sabrina.

Parece tudo tão irreal, então as vezes ter essa barriga grande aqui me ajuda a lembrar que a realidade é irreal e quase nunca faz sentido, e que se um dia fizer eu acho que vai ser na vez do meu filho... Ou da minha filha.

Aí está a dúvida! Será menino ou menina? Preciso tanto ir num exame, nunca fiz um e nem sei se está tudo bem aí dentro. Não faço nenhuma ideia, o que me deixa ansiosa ao mesmo tempo que com medo pois me apeguei demais a esse grãozinho e não iria aguentar se soubesse que aconteceu algo com ele. Não iria mesmo.

Suspiro e pouso a xícara de chá ainda cheia na mesinha de centro completamente cansada por tudo que passei hoje. Tenho que falar com meu pai e tirar tudo a limpo, mas como ele disse, só Amanhã. E até lá eu vou ligar para Sílvia da Fim do Túnel que é provável que esteja desesperada com o meu sumiço. Eu só deixo as pessoas infelizes, isso é fato.

— Eu vou dormir, tudo bem? — Grito para que me ouçam da cozinha e tudo o que ouço em segundos é o barulho de algo caindo e alguns cochichos.

Minha mãe logo aparece na sala sozinha com um sorriso bobo na cara e os cabelos desarrumados.

— Ah, você ainda está acordada? — Peguntou sem jeito e eu logo entendo o que se passara naquela cozinha. Quase reviro os olhos, mas prefiro ver minha mãe assim, feliz.

— Hm... Acho que sim — dou de ombros.

— Vá subindo. Seu quarto continua igual, sem nada fora do lugar — Sorriu e eu sorri de volta correndo para o mesmo me preparando para uma - espero - boa noite de sono.

Assim que chego no quarto, vejo que é verdade. Tudo continua em seu exato lugar e num ataque de nostalgia deixo algumas lágrimas caírem mas as seco rapidamente, mas uma coisa ali me chama a atenção.

Filho De Um DescuidoOnde histórias criam vida. Descubra agora