Capítulo 40

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— Oh... So-Sofia — Eu e minhas amigas enfrentamos um monólogo dramático de um homem de prováveis 25 anos chorando como um bebê a ponto de de engasgar com o choro.

Sim, Marcos está a esse ponto.

Nós marcamos encontrar com ele, porém disse que estava muito ocupado, e isso não é uma notícia que se diz pelo telefone, então marcamos para hoje. Dia 30, as 9:00min da manhã, sabendo que o combinado é as 15:00min.

— E eu pensei... Pensei que ela tivesse desistido do molenga que eu sou. Que tivesse ido embora com algum cara mais novo... — Ele continua as citações — Sai um dia para uma vistoria policial e quando cheguei em casa ela não estava mais lá, apenas um bilhete dizendo algo como: A culpa não é sua, mas por favor não me procure. Quero conhecer novas pessoas antes de um relacionamento sério; Siga em frente e finja eu não existi. Farei o mesmo.

— "Algo como"?! Por Deus, esse cara decorou isso — Sabrina cochichou em meu ouvido um tanto alto, mas ja que Marcos está tão concentrado em seu momento de piedade, não teria reparado nem se estivéssemos gritando.

Marcos chorou por mais alguém instantes, repetindo o tedioso discurso e as palavras decoradas da carta de Sofia. No começo era lastimável a forma como ele sofreu e sofre, mas agora não passa de patético.

— Erika, eu não acho que ele está em condições de nos ajudar com isso — Disse Rita alto de qualquer forma.

— Concordo, se esse cara entrar numa casa abandonada desesperado e chorando por causa do amor, é capaz do seu irmão dar logo um tiro nele para ver se cala logo a boca — Sabrina releva o fato também

Balanço a cabeça concordando.

— Mas... O que fazemos com isso... Com ele — Pergunto e novo a cabeça em direção a Marcos.

— Vamos usar palavras. — Disse Rita — Sem fugir, procurar qualquer maneira mirabulosa de corrigir esse problema. Apenas palavras dessa vez.

Eu e Sabrina concordamos silenciosamente.

Já chega de fugir.

Assim que Marcos se acalmou por completo (demorou bastante, deve se acrescentar), nós conseguimos até fazer ele tomar um chá.

— Melhor? — Pergunto tranquila me sentando ao seu lado no sofá de sua casa. Ele assente lentamente — Podemos conversar agora?

Ele acenou novamente.

— Sei que deve ser difícil, mas você não vai poder ir, cara— Diz Sabrina simplesmente.

A encaro fulminante e toda calma que Marcos alguma hora teve se foi e a euforia o dominou de modo que lançou a xícara contra o chão num estrondo.

— Não me diga que vocês só vieram aqui para me dizer que a Sofia foi sequestrada e que é pra eu ficar sentadinho enquanto três garotinhas vão salva -la de um psicopata? — Ele ameça com o desespero vivido em seus olhos.

— Ei, garotinhas não! — Sabrina protesta.

— Ah, me desculpe! Uma gótica desequilibrada, uma grávida e uma garota sofrendo de ansiedade! — Marcos rosna.

— Desequilibrada? Eu, meu bem? Por que não era eu que estava a minutos atrás chorando como uma garotinha apenas de saber da notícia — Sabrina retruca.

Quase Bato nela por tamanha estupidez.

— O que?! — Marcos tenta dizer mas Rita interrompe.

— Por mais que seja cruel é a verdade. Me diga, está preparado para ver a sua amada acorrentada e sofrendo?

Filho De Um DescuidoOnde histórias criam vida. Descubra agora