Capítulo 31 - Mike

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Já estou a interruptos minutos sentado ao lado da cama de Erika.

Ela parece ainda estar sedada, e o sangue não circula pelo seu rosto.

Por um breve e curto momento sinto uma certa "culpa" mas ela logo se vai deixando apenas espaço para a raiva. Raiva de tudo e principalmente da Erika.

Ela poderia estar vivendo a vida dela, mas no lugar está aqui fazendo drama, grávida e destruindo a vida alheia - em especial a minha.

Eu deveria te ouvido a Angie, quando ela me disse para esquecer esse plano estúpido de "pegar" as garotas na escola, mas como eu sou um grande estúpido eu não dei ouvidos e acabei de envolvendo com a garota mais ingênua e sonsa que eu já conheci: Erika, meus exímios parabéns.

Existe pílula, caralho! Existe aborto por pílulas, existe outros caras que poderiam ter te engravido, então porque, pergunto aos céus, por que eu? Justo eu que tinha tanto para viver, tanto para fazer tinha que estar preso a essa coisa.

A coisa mais racional a se fazer seria fugir e fingir que isso não existe, afinal, Erika estava fazendo exatamente isso. Mas aqui estou eu, sendo novamente estúpido e ignorando minha mentalidade.

Fito cheio de fúria a barriga da Erika. Perdi Angie por causa disso, ela acha que eu a traí com essa loira ingênua grávida, mas eu nunca faria isso. Pelo menos não com ela - e talvez com Rita se ela me aceitasse de volta.

Deixo a cabeça pender para frente e em poucos segundos tão cheios de frustração e uma angústia fora do comum acabo por apagar.

Sou desperto por um grito agudo.

Levanto a cabeça en supetão, pronto para acabar com o que estava acontecendo, mas assim que o faço meus olhos encontram o de Erika. Quase reviro os olhos com seu espanto.

— Meu Deus! Não era sonho! — Ela diz baixinho sem tirar os olhos da minha direção.

Reviro os olhos sem paciência.

Eu deveria ligar para a Sílvia, avisando que Erika já acordou para ela colocar os trinta minutos para passar mas a ideia de burlar esse pedido parece tentadora, ainda mais agora que preciso de todo tempo do mundo para convencer Erika a sair desse lugar e vir comigo.

— Escuta, Erika. Você tá grávida.

Digo e me sinto um idiotas pouco tempo depois. É óbvio que ela está grávida. Coloco à mão no rosto resmungando.

— Vai embora! — Ela fala baixo apertando o travesseiro contra sí.

— Vamos lá, Keka, precisamos conversar e você sabe disso...

Ela para por uns segundos e depois me encara com seu típico olhar de reprovação.

— Eu não tenho nada o que conversar com você, seu babaca. Eu não quero nunca mais olhar para o seu rosto denovo! — Grita mas eu coloco a mão na sua boca para impedir que alguém que passe no corredor ouça.

— Dá pra falar baixo? Quando foi que ficou assim, tão arisca?

— Eu não sou animal para ficar arisca! Agora sai daqui!

Suspiro. Vai ser difícil conversar com essa garota.

— Você tem ideia do que eu fiz para te encontrar? Tem alguma ideia de tudo o que eu passei, como eu estava preocupado?

— Eu não pedi para me procurar! É aliás, você parecia bem preocupado comigo naquela praia com a Angie — Desafia.

Recobro minha memória e me lembro de uns meses atrás quando eu fui mesmo a praia com Angie.

Filho De Um DescuidoOnde histórias criam vida. Descubra agora