Capítulo 42 - Sabrina

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~Narração da Sabrina u.u~

Já estamos a infernais minutos nesse lugar apenas esperando a notícia de que Erika e nossos amigos foram salvos então nós podemos voltar a nossa vidinha pacata livremente.

Mas isso não acontece!

Já era hora de Erika ter acionado a Escuta para os policiais agirem, bem, a não ser que:

1- Erika está agindo por conta própria por causa de alguma ideia de grandeza ou sei lá.

2- Rodrigo na verdade é inofensivo e só está se lamentando para Erika de sua vida triste e rejeitada.

3- Erika nem ao menos entrou na casa ainda, ou...

4- Ela morreu.

Ai ai. As vezes me apavoro com minha insana criatividade... De qualquer modo, estou apenas analisando as opções.

-- Eai, alguma coisa? -- Rita se aproximou questionando, ansiosa como o costume.

-- Ah, sim, um grande nada, e se quiser acrescentar também tem o grande: escuro -- Murmurei mal humorada com a falta de informações que todos estão nos deixando aqui.

-- Escuro?

-- O escuro que estão nos deixando aqui. Qual é! Eu pergunto até qual é a hora e recebo um belo: ''Informação confidencial''! -- Reclamei me encostando na parede.

Rita revirou os olhos.

-- Eu, em minhas condições normais, não diria isso mas... Vamos fazer alguma coisa nós mesmas.

-- Calminha, cabelo de fogo, explica isso direito aí.

-- Simples, vamos dar uma passada nesse lugar ver o que é que está impedindo os policias de dar nos informações ou o que está impedindo a Erika de acionar a escuta!

Rita já se levanta os punhos ao ar como se seu plano tivesse de alguma forma mínima lógica e, isso é ultrajante levando em conta de que falamos da certinha e correta Rita.

-- Rita, para, pensa. Isso é estúpido!

Ela revirou os olhos mais uma vez.

-- E ficar aqui sentadas esperando a notícia da morte certa de nossos amigos é inteligente? -- Questionou.

Balancei a cabeça.

-- Isso sim é estúpido.

E então pegamos nossas blusas e seguimos para fora do lugar até que somos inútilmente paradas por um policial mal-humorado.

-- Paradas aí. Vocês não tem permissão para sair daqui!

Giro os punhos.

-- Quem disse isso? -- Indago impaciente.

-- O chefe militar Rodriguez, senhorita -- Respondeu em tom grosso como eu.

-- Ah, não foi meu pai então eu acho que a autoridade dele é meio inválida. Vamos Rita -- A puxo tentando passar para o lado de fora, mas o policial girou a chave da porta impedindo nossa passagem.

-- Já disse uma vez, e na próxima não vou ser tão paciente -- Ameaçou.

-- Ta bem, rambo. Não precisa de tudo isso, já estamos indo -- Respondo e puxo o braço de Rita até o banco.

-- O que você está fazendo? Vai desistir assim?! -- Rita indagou com o rosto furioso.

-- Qual é, você quer lutar contra aquele homenzarrão ali? Vamos arrumar outra saída -- Expliquei.

-- Ah... Okay... E o que planeja?

Parei por um momento encarando o chão.

-- Ainda nada, mas se pensarmos juntas nós- -- Estou falando quando ela me interrompe.

-- Tenho uma ideia. Apenas me siga -- Ela instrui e assinto devagar sabendo que ela não vai me dizer nada.

Ela levanta e caminha até o banheiro e, eu não sendo boba a sigo apressando as pernas um tanto constrangida com o olhar que o policial-rambo lança.

-- E então, e agora? Sabe, eu acho melhor você se apressar que a qualquer momento o rambo vai juntar as pecinhas e ver que estamos planejando um jeito de sair e... --Paro de falar quando noto o que Rita está fazendo.

A ruiva etá desajeitadamente tentando passar pela minúscula janela na parede.

-- O que você está fazendo?! -- Pergunto alterada.

-- Não está óbvio? -- Ela responde com oura pergunta e eu nem vejo sua cabeça já que todo seu torso já conseguiu passar pela janela.

Reviro os olhos.

-- Eu não vou conseguir passar aí -- Digo num suspiro.

-- Claro que consegue.

-- Não Rita. Para começar um peito meu é do tamanho da sua cabeça -- Respondo e Rita permanece quieta. Quem foi que criou esse padrão de que mencionar certas partes do corpo com normalidade é errado?

Chego para mais perto da janela e encaro Rita que já passou e está agora do lado de fora.

-- Quer saber? tenho uma ideia -- Digo contente.

-- Hum

Aperto a minha mão em punho e respiro fundo.

-- Você consegue -- Murmuro para mim mesma.

-- Consegue o que? -- Ouço Rita mas já é tarde demais.

Eu acerto com força vidro que ainda sobra e ele se despedaça por inteiro. Minha respiração fica alterada e eu tenho que pensar em unicórnios para evitar a dor latejante que sinto em punho.

-- O que você acabou de fazer?! -- Rita se exalta.

-- Não está óbvio?! -- Lhe respondo com a mesma resposta que ela e deu a pouco tempo atrás.

Atravesso a janela que agora se encontra maior devido a falta do vidro e logo estou do lado de fora com Rita.

-- Agora acho melhor corrermos, porque o barulho que você fez ali deve ter chamado atenção do departamento inteiro.

*

Por fim estamos em frente a casa abandonada e por incrível que pareça (sintam o sarcasmo escorrendo), não havia ninguém. Nenhum policial escondido, nenhum alguém do governo protegendo a entrada e nem mesmo Érika.

-- Foi uma armação -- Rita contastou o óbvio.

-- Jura? O que te faz pensar isso? -- Deixo o sarcasmo fluir de meus lábios.

-- Sabrina, por favor, isso é sério! O que vamos fazer?

-- Eu sei o que eu vou fazer. Vou invadir esse lugar e acabar com toda essa palhaçada de uma vez!

-- Está louca? Se quatro pessoas que estão aí dentro não conseguiram deter o desgraçado do Rodrigo, você realmente acha que vai ser a gênia que vai expor o fim disso tudo? -- Rita me segura pelos ombros os balançando e eu enfim concordo balançando a cabeça. Pensar de cabeça quente não vai ajudar nada agora.

-- E então? -- Questiono um tanto envergonhada pela cena anterior.

-- Acho que só temos uma solução -- Rita disse num suspiro e ergueu o próprio celular a qual mexia a poucos segundos atrás.

Arregalo os olhos fitando o que exibe a tela.

-- É a nossa última saída -- Ela diz sorrindo acanhada então balança a cabeça como se a ideia também a deixasse cabisbaixa.

Suspiro e clico no botão que indica Ligar e logo o telefone está discando para a nossa última salvação.

Marcos.

Filho De Um DescuidoOnde histórias criam vida. Descubra agora