Capítulo 16

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Em vez de me levar pra minha casa, ele me levou pra apartamento dele. Assim que entro já inicio a conversa, discussão... ou seja lá o que você quer chamar isso.

- chega de segredos Diego, estou cansada de ver o Roger na academia. Cansada de te ver fazer o que ele quer, me fala agora o que esta acontecendo.

-chantagem. – responde num sussurro.

- EXPLICA – grito

Ele se assusta... me olho com os olhos um pouco arregalados.

- não tenho todo a tarde. – paro em su frente com os braços cruzados.

- ele tem um vídeo seu e dele... transando. Me chantageou que se eu chegasse perto de você o postaria nas redes sociais. Ele invadiu minha casa porque descobriu que eu passei uma semana com você.

Sento ao seu lado... – não, não... eu passei uma semana longe. E você aqui.

Ela se levanta e passa a mão no rosto, anda de um lado pro outro. Começo a ficar nervosa com seu jeito.

- eu... eu... eu sou...

- FALA. – grito, não consigo conter mais as lagrimas.

- eu sou o desconhecido, foi comigo que você passou cada noite em Maranhão. Foi eu que te dei os mais loucos orgasmos com a língua, fui eu que te acordei na banheira e a fiz gozar nos meus dedos, fui eu. – ele se ajoelha na minha frente chorando.

- não não... você estava aqui. – meu corpo formiga, parece que vou desmaiar, minha cabeça lateja.

- eu pedi pro Paulo me ajudar a ter você pelo menos uma vez, aí ele teve essa ideia da viagem. Roger ia saber que você viajou sozinha e não marcaria tanto em cima de mim. Viajei horas depois, com a desculpa de ir ver minha mãe. Pelo visto ele não acreditou. Invadiu minha casa, avisando pra mim voltar de onde quer que eu estivesse. Fui egoísta, não voltei. Te queria mais... aí no dia que você voltou, ele deixou um recado no correio, avisando que você não seria nem dele e nem minha. Entrei em desespero quando o Paulo leu isso. Pedíamos o porteiro do seu prédio pra nos avisar caso ele aparecesse no seu prédio... e assim ele fez, seu Jorge me telefonou. – minha cabeça dói.

- para. – peço

- você pediu agora vai escutar tudo. – ele se recompõe e se senta ao meu lado.

- no dia que você terminou oficialmente com ele, você foi pra academia e eu fiquei. Ele voltou, pois sabia que eu ficaria lá. E nesse momento ele me mostrou um vídeo de vocês dois transando. E falou que se eu encostasse a mão em você, ele postaria o vídeo nas redes sócias e acabaria com sua reputação na loja e na luta. Contei ao Paulo, ele me ajudou a conversar com o Roger e o convencer que eu não poderia sumir da sua vida. Ele concordou, mas nada de te agarrar. Se ele soubesse de um selinho que fosse, teria consequências. E realmente teve. A noite que dormi aqui, ele hackeou minha conta do instagram e saiu comentando fotos dos outros, xingando. No aeroporto, o beijo que te dei. O resultado foi a invasão na casa do Paulo, a desconfiança de estarmos juntos em Maranhão o meu apartamento. A certeza que estávamos juntos, a sua morte.

- por que não me contou ? – ele solta uma risada fraca, falsa.

- porque assim como agora, você vai querer fazer besteira. – o abraço.

- por que ele esta na academia ?

- para me vigiar... depois que sai do hospital, ele me ligou. Se eu quisesse que ele te deixasse em paz, teria que colaborar com ele. Daí o infeliz passou a ir na academia, passou a mandar em mim. Juro que teve um dia que tentei bater de frente com ele. Mas ele me mostrou que tinha o controle da situação, você foi assaltada. Lembra ?

Confirmo com a cabeça, o pior dia da minha vida.

- não era pra ser um assalto, se eu negasse a obedecer. Ele ia mandar te matar. – meu corpo todo se arrepia.

- ele é louco. – Di me aperta mais.

- sim... conforme ele foi passando esses dias na academia, ele me fez participar de algumas lutas clandestinas em troca da sua segurança.

Agora faz sentido os sumiços dos sábados a noite, os machucados.

- desculpa, desculpa. Isso é por causa de mim. – meu corpo treme por causa do choro. Isso é tudo por causa de mim.

- não fica assim, calma. Sei que faria o mesmo por mim... ou não. – sorrio, do um soco fraco em seu braço

- sabe que sim.

- então... te amo, gata. Vou a lua se for preciso pra ti ter segura.

- para, vai me fazer chorar mais.

- chora... assim me lembra que tu tem coração.

- peste.

- e lá se vai o nosso momento doce. – rimos, mas o riso acaba quando meu celular toca. Pego pra ver quem esta ligando, minha tia.

- atende pra mim ? – estendo o celular, ele pega e atendi na hora sem ver quem era.

- alô

- oi Andy, ela esta comigo sim. Obvio ne ? já que estou com o celular dela.

- ele fez o que ?

- ta, ta... vou levar ela pra lá, valeu.

- o que houve ? – ele não me olha, desliga o telefone e continua a olhar a tela.

- DIEGO, FALA LOGO. – grito.

Minha garganta parece que esta se fechando. Não gosto dessa sensação.

- vou te levar pro seu apartamento, o Paulo teve um acidente e esta no hospital de novo.

Meu corpo gela, para, ...

Roger, só pode ter feito alguma coisa.

- o que ele fez ? – ele me puxa pro seu colo. Sinto seu peito subir e descer rápido, me afasto um pouco e vejo que meu grandão está chorando. Sinal que não é nada bom.

O abraço forte, seja o que tiver ocorrido. Paulo vai sair dessa, vaso ruim não quebra.

'Não me abandona, por favor. Deus, não o tire de mim.' - penso

Apenas Meu (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora