Capítulo 26

5.7K 559 11
                                    

Serena


Parece que fui atropelada por um caminhão, meu corpo todo dói. Minha cabeça parece que vai estourar.

- ei dorminhoca. – Di se deita ao meu lado, me puxando pro seu peito.

Meus olhos lacrimejam, só em pensar que eu não sentiria mais esse conforto dos seus braços, seu cheiro, me dá tristeza.

- tudo bem ? – me pergunta baixinho, acariciando meus cabelos.

- vou ficar. – me aconchego em seu peito. – vou responder por o matar ?

- não, o delegado sabe da situação e falou que ele não poderia ter saído da cadeia. Ele tinha sérios problemas psicológicos.

- percebi, ele não falava coisa por coisa. Falou que o fizemos de otário e que íamos pagar... – Di me beija, me interrompendo.

- acabou, chega. – ele me enche de beijo. Me fazendo ri do seu ataque.

- não faça mais a loucura de se sair como a heroína. Por favor.

- não farei. – o tranquilizo, não há porque se preocupar agora, Roger está morto.

Morto... eu o matei.

- ei. – Di me cutuca com o cotovelo; - tenho uma novidade.

Seu sorriso travesso me tranquiliza, lá vem coisa boa.

- Paulo acordou. – um peso enorme sai das minhas costas. Parece até coincidência, Roger morre e Paulo acorda.

Não sei se choro ou rio da notícia.

- amor, você esta bem ? – ele me puxa pros seus braços.

- eu não sei. Não sei definir o que to sentindo... ta tudo muito confuso. Não sei se rio ou choro.

- oh minha pequena. – apesar da dor e culpa, me sinto mais leve em saber que meu amigo esta acordado e bem. – você vai precisar passar por um psicólogo.

Por mais que ele esteja certo, não quero contar pra alguém o que penso e passo no meu dia a dia, alguém que nem conheço. Isso é estranho.

- vou pensar. – ele se afasta e me olha. Sabe que não vou.

- tudo bem, então que tal comer algo pra dormi ? quero ir vê o Paulo amanha de manhã. – ele se levanta da cama. – quero te vê forte.

- ta. – por mais que eu não esteja com fome, concordo. Se eu discorda, vai virar uma discussão que sei que não ganharei.


                                                                              ***


- olha, comeu tudinho. – Diego pega o prato do meu colo, levando pra cozinha. Tenho sorte em ter um homem desse, que sabe cozinha e que cuida de mim como uma boneca de porcelana. Ele sabe que não curto de ser muito mimada, mas nesse momento não ligo.

Aproveito e vou ao banheiro escovar os dentes.

Não ouso em me olhar no espelho, sei que estou toda marcada. Os tapas dele(Roger) machucaram, e pela cara que minha tia fez quando me viu, me fez ter certeza.

Retorno para o quarto, Di já está deitado com as mãos na cabeça, a fazendo de travesseiro.

Pode me chamar de maluca, mas o vendo assim, me deixa excitada.

- não me olha assim. – ele se senta rindo.

- assim como ? – pergunto, me sentando ao seu lado. – tive medo dele te fazer mal.

- idem. – ele me puxa e me beija intensamente. Gemo com essa atitude, que saudades estava desses sábios, parece que não o beijava a anos.

O puxo pra deitar em cima de mim...

- Serena. – ele tenta sair, mas eu o seguro mais forte.

- por favor. – imploro. Por mais humilhante que seja implorar, não me importo, quero ele essa noite. Quero ser amada.

Quero a intimidade que tivemos em Maranhão.

- amor, não quero me aproveitar de você. – dói ser rejeitada, por mais que seja bonito da parte dele. Mas será que não vê que é disso que eu preciso ?! preciso dele como homem nessa cama, comigo.

- deixa eu me aproveitar de você então. – ele arregala os olhos, sem crê na minha audácia. Juro que por um momento penso que ele vai sair do quarto, do apartamento pra nunca mais voltar.

Porém ele me surpreende me puxando pra cima dele, e ele se deitando no colchão abaixo de mim.

- use e abuse, sou apenas seu.- sussurra, me olhando nos olhos.

- Apenas  meu. - digo.

Apenas Meu (REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora