Fugindo de tudo e de todos

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Já tinha se passado praticamente vinte dias depois do desaparecimento de Denise, que estava até um pouco mais forte e já caminhava um pouco pela casa, ainda se sentia bem cansada.

Bruce ligou a TV para ver o noticiário e se depara com as imagens dele saindo com Denise, focalizaram uma parte de seu rosto, agora estavam á sua procura, passou a mão pelo rosto e os cabelos, baixando a cabeça para pensar no que iria fazer, logo seria reconhecido, alguém na cidade iria ligar ele á pessoa da TV, mesmo sua aparência estando tão deformada e diferente, ele mesmo se reconheceu, Denise saiu do quarto aparecendo na porta, escutando o som da TV e o noticiário dando o nome dela.

― O que está acontecendo?

Olhei rapidamente para Denise e fui até ela e a peguei no colo, trazendo-a para a sala e a coloquei sentada no sofá. Assistimos juntos, depois que terminou, ela me olhou.

― Se me acharem. Também te acha, e eu fico vivo, só que você e sua família correm perigo.

― Me conte o que você sabe? ― Denise pegou em meu braço.

― Denise... Melhor decidirmos agora o que fazer. ― Olhei em volta. ― Posso te levar para outro lugar, a viagem é muito longa e não sei se você vai aguentar, mas não posso deixar você aqui... Não dá!

― Não vou a lugar nenhum se não me contar o que sabe. ― Denise me olhava furiosa.

― Você não está em posição de decidir coisa alguma... Nem vai conseguir dar dois passos para fora daqui.

― Não duvide!

Adoro mulheres teimosas, me levantei e abri a porta cruzando os braços, fazia quase 40 graus lá fora. Denise se levantou, olhou pra mim e empinou o nariz, lentamente foi até a porta, seus olhos franziram assim que o sol ofuscou seus olhos, ela olhou por um bom tempo, estávamos longe de tudo, a estrada de terra não passava ninguém, deu mais um passo e saiu na varanda, fiquei olhando para ela.

― Droga... ― Soltou ela chorosa se apoiando no batente da porta.

Eu á amparei e no fim a peguei no colo me sentando com ela na cadeira de balanço na varanda, Denise encostou a cabeça no meu peito e chorou silenciosamente, depois de um tempo.

― Tudo bem, pode me levar com você, mas antes preciso falar com a minha mãe e deixa-la despreocupada.

― O que me preocupa é se descobrirem que você entrou em contato e quererem fazer algum mal a sua família para arrancar as informações.

― Vou pedir para que saiam de casa, façam uma viagem sem dizer para onde vão.

― É uma boa... Mas só poderão voltar quando tudo isso terminar... Você precisa estar recuperada 100% para enfrentar tudo...

― Por que não me conta agora, Bruce! Me diz? o que sabe?

― Não posso, Denise! Você pode passar muito mal... Vamos pensar na sua saúde primeiro, depois eu te conto.

― Você é da policia?... FBI, CIA, INTERPOL?

― Vamos dizer que trabalho para mim mesmo. ― Dei um beijo em sua testa e ficamos vendo o tempo passar, o vendo varrer o campo e a terra seca.

Depois que Denise jantou e dormiu, resolvi dar um jeito na minha aparência, tirei a barba e cortei o cabelo, passei descolorante para tirar a tinta preta, tomei um banho e me deitei ao lado de Denise, velei seu sono por um tempo até cair no sono.

Acordei cedo, o sol ainda tinha nascido, ouvi passos em volta da casa, me levantei e abri a porta do guarda roupa e o Banker, peguei Denise no colo e a levei para dentro e a coloquei na cama, fechei tudo e liguei o monitor de segurança, fiquei de olho para ver quem era o andarilho que estava na redondeza.

O Assassino que me amavaOnde histórias criam vida. Descubra agora