*Chicago, 23 de Outubro de 2011.

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Depois de um mês a vida entrou nos eixos, recebi uma medalha pela minha atuação, foi muito bonita a cerimônia, Kim me levou ao cabeleireiro para dar um jeito nos meus cabelos, e no dia da cerimônia eu estava bem apresentável com a maquiagem perfeita, nunca imaginaria que me sentiria bem em receber aquela medalha, voltar a trabalhar interna como antes, estava cansada e ainda não estava em forma para atuar nas ruas. E desta vez não reclamei em ficar interna, Torres é que não gostou muito de perder a parceira.

― Denise? ― Uma voz conhecida me chamou, olhei tirando os olhos do processo.

― Oi Ronald... Como vai?

Ele sorriu amável.

― Vou bem... ― Ele se sentou a minha frente. ― Fui á cerimônia... Parabéns! Belo trabalho.

― Obrigada, Promotor! ― Sorri desconcertada.

_ Estava muito bonita de uniforme e com aquela maquiagem bem feita... Gostei.

― Obrigada! ― Passei a mão no rosto me sentindo encabulada. ― O que faz aqui? Pelo que sei odeia delegacias... ― Perguntei o olhando de lado, pois estava curiosa.

Ronald riu.

― É! Confesso que não gosto, mas é que tem uma pessoa que insiste em continuar trabalhando em uma... E sabe como é... Se quero vê-la e chamar para jantar, tenho que entrar em uma delegacia.

Respirei fundo, mantive o sorriso no rosto, Ronald era o único homem que eu conhecia que não representava perigo, e que não vivia perigosamente como eu, John e Bruce esse sim representavam o perigo. Talvez eu devesse ter me casado com ele desde o começo, minha vida não teria sido tão emocionante assim.

― Ronald... Eu estou grávida de quase cinco meses, e não sei se é uma boa ideia você querer jantar com uma mulher grávida que come e muito... Chora muito. ― Ri sem jeito.

― Bom... Lidar com seu choro isso eu consigo, já fiz isso uma vez, enquanto a gravidez acho que não é tão difícil. Posso lidar com isso.

Pisquei várias vezes, Ronald definitivamente me amava, mas não sei se estava na hora de esquecer Bruce ou de me relacionar com alguém, olhei para o meu relatório, minha cabeça estava confusa, não queria me envolver com alguém por desespero ou por me sentir rejeitada por alguém que pensei que ficaria do meu lado.

― Vamos devagar, ok? ― disse o encarando. ― Eu estou muito confusa, machucada... Eu aceito sair para jantar, como amigos. E depois vamos ver no que dá.

― Tudo bem! Eu aceito suas condições.

Ronald sorriu se colocando de pé, me estendeu a mão, olhei para ela percebendo que não iria desistir. Me levantei pegando meu blazer, minha bolsa estendendo minha mão e saímos da delegacia, deixando meu carro para trás, depois pediria para que me trouxesse de volta para apanha-lo.

Ronald abriu a porta do seu carro para mim, entrei com tranquilidade e esperei que entrasse. Torres saiu na rua as pressas a minha procura e parou ao me ver dentro do carro de Ronald, colocou as mãos na cintura observando enquanto saíamos, senti que Ronald se sentiu incomodado com o olhar do meu colega, não disse nada, Torres ás vezes mais parecia meu namorado do que meu amigo e parceiro.

― O que quer comer? ― Ronald me olhou sorridente.

Ronald era um homem elegante, cabelos negros bem curtos e lisos, olhos castanhos sedutores, dono de um rosto másculo e atraente, seu sorriso sempre me encantou, mas o que estragava nele era sua mania de não ouvir, ser arrogante e presunçoso.

― Não tenho desejo de nada no momento, pode me levar para comer o que achar apropriado.

― Gosto de te surpreender. ― Ronald pegou na minha mão que estava no meu colo e apertou.

O Assassino que me amavaOnde histórias criam vida. Descubra agora