O Assassino que me amava

Denise e Julia Finamente tranquilas

Deixar todos para traz foi bem difícil, mamãe se mudou para a casa de Daniel depois que contei a ela o que tinha descoberto sobre Peter, ela ficou tão chocada que achei que teria um enfarte, não me despedi de Torres e de ninguém, simplesmente sumi depois que deixei na porta de Bill todos os arquivos sobre a Cartel de Peter, nomes, endereços de todos e como funcionava o esquema.

Fui para a França e de lá fui para a Alemanha e depois para o Reino Unido com documentos falsos e Julia também, foi difícil conseguir, mas um dos seguranças de Peter me ajudou nisso e peguei com um homem na França e pude seguir com meu plano; Não era fácil estar sozinha e vivendo sem minha família, o importante é que todos estavam em segurança.

Viver em Baldelton era uma delicia, cidade pequena e muito bem estruturada, montei uma loja de roupas de cama mesa e banho e passava o dia trabalhando e Julia na escolinha, logo faria dois anos, faltava pouco, acompanhava as noticias de Peter e o que acontecia pela internet e comemorei quando li sobre a condenação e que todos foram presos, mas logo a surpresa Peter tinha sido solto em liberdade condicional no mesmo dia que sumi com Julia e ele fugiu do país, Murat foi o único que não foi preso e estava sendo procurado pela policia, no mínimo estaria na Turquia, mas não me interessava, eu só queria que existissem menos traficantes no meu país.

Três meses se passam

Já estou com sete meses de gravidez e desta vez darei a luz a um menino, Julia está feliz com o novo irmão, e de um tempo para cá parou de perguntar sobre Peter e Torres e vivíamos muito bem em nossa casa, um sobrado pequeno, nada luxuoso e super. discreto, Julia agora tinha um amigo, um gato rajado que se encantou na escolinha e me fez adotar, levamos ao veterinário e cuidamos dele e o levamos para casa, era a alegria de Julia, ele a seguia pela casa e como se gostavam; trocava cartas com minha mãe, eu sempre mandando Fedex de algum produto da loja como se ela tivesse feito uma compra e no meio colocava uma carta para ela e para Kim, não contei que estava grávida tinha medo dela insistir em vir para cá e me ajudar, estava sendo difícil cuidar de tudo sozinha, mas eu precisava aprender já que tinha escolhido essa vida para mim, chorei muita noite sozinha deitada em minha cama, cheguei a pensar se tinha sido injusta com Peter e se realmente me amava como dizia, não tinha como saber.

Acordei com Julia subindo na minha cama e o seu gato miando para chamar atenção, agora com dois anos e três meses de vida, Julia estava se transformando em uma menina linda de olhos verdes vibrantes, seus cabelos estão longos agora e cheio de cachinhos nas pontas.

_ Acorda mamãe! _ pede ela me beijando, eu a agarro e a encho de beijos, ela ri gostosamente.

_ O que faz acordada?

_ Quero meu leite... _ Julia rola pela cama e deita no travesseiro ao meu lado, desenho seu rosto com os dedos.

_ Já fez xixi mocinha?

_ Eu fiz... _ Julia ri.

Me levanto para ir a cozinha, minha barriga já pesa e estou uma bola e muito cansada por causa do meu coração doente, hoje tenho médico do pré-natal e vamos reavaliar a possibilidade do parto normal ou se será cesariana como da outra vez, e se for Cesárea eu terei que contratar alguém para ficar com a Julia e cuidar de mim e de tudo, hoje a tarde entrevistaria duas moças para tomar conta da loja e teria que viajar essa semana para a França, tinha um monte de coisas para assinar dos hotéis, cassinos e outros estabelecimentos.

_ Julia?... Venha tomar café? _ Chamei no pé da escada, ela desce correndo e o gato a traz que foi direto para sua tigela de ração.

Tomamos o café tranquilamente, saímos e a deixei na escolinha ali perto da loja e segui para o médico, os exames já estavam todos com ele.

A consulta foi tranquila e pediu mais um ultrassom para tirar uma pequena duvida, existia uma alteração nos batimentos cardíacos do bebê, mas poderia ser por falha no equipamento e era bom tirar a duvida, resolvi que iria fazer esse exame no mesmo dia, estava cansada de ficar preocupada e ficar andando de um lado para o outro, o médico aproveitou e resolveu acompanhar o exame e veio à surpresa, meu filho tinha sopro no coração, teria que ser operado quando nascesse, isso seria definido pelo pediatra ao nascer, então decidimos levar a gravidez até o final para que o menino estivesse forte o suficiente para passar por uma cirurgia.