Denise e Julia Somem

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Mamãe estava acordada quando entrei em casa e Torres saiu do quarto de Julia para me ver, abracei minha mãe e a acalmei, olhei para Torres que também estava abatido e preocupado, falei uma bobeira qualquer para ela e a mandei ir dormir, todos precisavam de uma boa noite de sono, puxei Torres depois que minha mãe saiu, contei a ele o que aconteceu e o que escutei, precisava de ajuda, mas não sei o que fazer.

_ Então Peter achou que iria ficar livre da cadeia depois de passar todos os bens para você?

_ Acho que sim... Não sei o que estava tramando, mas o que ele queria mesmo é se passar pelo marido desolado que achava que estava casado com uma mulher de bem e honesta e no fim, era uma traficante barra pesada, ficaria com a Julia, a criaria e eu ficaria a traz das grades... Os bens voltariam para as mãos de Peter... E ensinaria minha filha a tomar conta de tudo e ser uma nova traficante. _ Respirei fundo, chateada. _ Posso até passar o trafico para Murat... Mas aí o transformaria no homem poderoso... E ele mexe com trafico humano, é um porco, nojento...

_ Entregue todos... Faça uma denuncia anônima... Entregue os dossiês que achou...

_ Terei que sair do país de imediato Torres... Não vou poder ficar... Vão querer a minha cabeça e agora eu quero estar mais viva do que nunca.

_ E para onde pensa em ir?

_ Para outro país... Não dá para ficar aqui... Nem indo para outro estado ficaríamos seguros... _ Pisquei várias vezes, Torres também.

_ Vão te achar da mesma forma Denise, é só puxar seus dados, e pronto, vão saber onde está.

_ Até lá todos estarão presos ou mortos, o que não dá é ficar aqui esperando algo ruim acontecer.

_ Me mantenha informado, não suma da minha vida assim... _ Torres baixou a cabeça triste.

Não disse nada, apenas fiquei aproveitando a companhia do meu amigo, ele foi trabalhar e eu para a cama e dormi até o horário de almoço, Susy estava sumida e não sabia onde procurar, tinha medo de que estava morta, isso parecia não ter fim, não podia acionar a justiça, por que ela está ilegal no país, isso traria consequências graves tanto para mim como para ela, só me restava esperar.

Uma semana se passa e o cerco estava se fechando, não voltei ao presídio para ver Peter, estava revoltada e magoada, Sinclair praticamente ficou no meu pé todos os dias insistindo para que fosse ver Peter e que era urgente, neste meio tempo corri a traz de quem poderia administrar os bens enquanto estivesse fora do país e precisava de documentos para mim e Julia, eu não entendia nada daquilo e meus dias estavam se esgotando ali, logo minha barriga iria começar a aparecer e seria inevitável esconder.

Sentada no escritório e olhando para Chicago tentava decidir por dois países, Reino Unido ou França onde estava concentrado o dinheiro de Peter, mas se eu ficar perto deste dinheiro, aí que iriam me achar rapidamente.

Me levantei e procurei por Sinclair, bati na porta de seu escritório e entrei.

_ Que bom que entrou... _ Sinclair se levantou sorrindo e ofereceu a cadeira para me sentar. _ Vamos ver o Sr. Ross?

_ Primeiro quero te pedir algo... _ O olhei séria, ele concordou com a cabeça e esperou que falasse. _ Quero me separar de Peter... E quero rápido Sinclair.

O homem ficou pálido na minha frente, se encostou na cadeira e me olhou preocupado.

_ Não faz isso Senhora Ross... Não sabe o perigo que está correndo em se separar dele.

_ Eu sei sim, e é justamente por causa disso que preciso me separar, antes que alguém me jogue barranco a baixo... _ Respirei fundo. _ Não precisa me acompanhar até o presídio, foi sozinha e comunico a ele sobre minha decisão.

O Assassino que me amavaOnde histórias criam vida. Descubra agora