Peter Descobre que tem um filho

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John está completando três meses de vida, é um menino saudável e alegre, ama Julia e não pode ver a menina aparecer que grita de felicidade batendo os pés e sacudindo as mãos, minha vida mudou completamente, o celular que usava para ser contratado para executar pessoas, agora estava desativado e destruído, aquela vida não fazia mais parte de mim e descobri que tomar conta da fabrica de calçados me fez expandir os negócios e a vender mais e comprar novos maquinários, Cinthia me ajudou nessa mudança e tem sido uma esposa exemplar, a única coisa que não conseguia me convencer era de ir a igreja aos domingos, estava tão carregado de pecado e mortes nas minhas costas que não valia a pena querer me arrepender, aquela foi uma vida que aprendi por achar que deveria ser assim, eu era um garoto abandonado que meus pais não me queriam e não me amavam, e essas três pessoas na minha vida me mostraram o quanto podia ser feliz e amado, eu podia ser amado de várias maneiras, como um amigo, como um marido e como pai.

Cheguei em casa e John estava no cercado vendo Julia brincar com suas bonecas e conversando com ele como se estivesse contando uma historia, me abaixei na frente de Julia e sorri quando me viu e me abraçou.

_ Como vai a minha princesa?

_ Bem!... _ Disse ela me soltando, beijei seu rostinho rosado e me levantei e peguei o meu garoto que ficou feliz por ser tirado daquele quadrado e fui em busca da minha joia rara, encontrei na cozinha.

_ Olha só quem veio mais sedo para casa!? _ Cinthia veio até nos e me beijou. _ O jantar vai demorar!

_ Não tem problema... Quis vir mais sedo para casa... Assim curto um pouco mais. _ Sorri agradecido, John tombou a cabeça no meu peito e ficou quieto, acariciei seu cabelo fino, percebi logo que iria dormir, fiquei ali vendo e conversando com Cinthia enquanto fazia o jantar e eu embalava e sentia o cheiro fresco do meu bebê, o que não curti com Julia, estava curtindo com ele, John era um bebê fácil de lidar, dormia a noite inteira e não era chorão, acho que Julia o fazia se sentir protegido e amado o suficiente para não se sentir sozinho.

_ Domingo vou levar as crianças para escolherem o pinheiro para montar a arvore de natal... Vou precisar do seu carro. _ Sorri para Cinthia quando me lançou um olhar curioso.

_ Para quem fala mal do meu carro até que tem dirigido mais que o seu.

_ O bom que o seu cabe muita coisa... Tem um porta malas grande... Estou até pensando em trocar o meu por um Audi perua ou um Mercedes e trocar o seu também...

_ Amo o meu Renault!!... _ Choramingou ela e sorriu. _ Mas tudo bem, se acha que já deu... Eu troco, mas quero um Honda, cinto falta do meu que tinha em Chicago.

Fiquei imaginando como seria montar a árvore de natal pela primeira vez em casa, e com Julia junto, estava louco para ir a cidade e comprar os arranjos e tudo que se pode dizer sobre decoração e escolher com minha filha era divertido, me fazia rir e muito.

*

Depois de dois meses rodando naquela cidade e quase desistindo, descubro que J.J. está bem ao meu lado, no carro parado no transito, mantive meu rosto sem a barba, não queria ser reconhecido, escorreguei para abaixar no banco.

_ Antony... Segue o carro que está ao lado do nosso.

Antony olhou discretamente e esperou J.J. sair com o carro e o seguiu, desta vez até poderia andar colado, estávamos na cidade, o que não combinava era o estilo do carro, um Renault Scénic azul metálico, o carro mais parecia de mulher do que um homem monstro como ele, J.J. estacionou duas a quadras a frente, Antony passou e estacionou logo a frente e fiquei olhando para ver onde ia, J.J. desceu do carro deu a volta e abriu a porta do passageiro, deu a mão para uma garotinha e pegou um cestinho com um bebê, meu coração pulou no peito ao reconhecer aquela garotinha, a emoção veio e quase chorei ali dentro do carro, e queria correr e abraçar a minha menina.

O Assassino que me amavaOnde histórias criam vida. Descubra agora