Denise acha o Arquivo de John

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Na manhã seguinte dei continuidade na busca e nada, resolvi trocar de roupa e abri uma das minhas gavetas, achei uma 9mm, peguei na mão e sorri, era tudo que eu precisava, verifiquei o pente, estava carregada, achei um pente extra, alguém estava me protegendo, comecei a desconfiar de que era Bruce, guardei a arma na cintura e o pente no bolso do casaco e saí pela janela. Ganhei as ruas, precisava ir para a casa da minha mãe, entrei no carro e o celular começou a tocar.

― Oi... ― Disse ofegante.

― Denise? ― Torres estranhou.

― Sim... Diga o que quer?

― O que faz com o telefone de Bruce?... Você esta com ele?

― Não. Me deixou o chip no vidro da minha vitamina... Ele queria manter contato, mas até agora não me ligou.

― Onde você está?

― Por aí... ― Respirei fundo. ― Me lembrei da noite do acidente Torres... Eu fiquei cara a cara com o assassino de John... Eu falei com ele... Era para eu e John termos morrido naquele dia, mas John o acertou e o homem errou o alvo.

― Pode reconhecê-lo?

― Poderia... Mas parece que está morto. John foi certeiro pelo que me lembro... ― respirei fundo, não acreditava que estava livrando a cara de Bruce, eu deveria por aquele homem na cadeia, ele é um assassino profissional e mata para sobreviver, mas algo me dizia que alguma coisa mudou nele, naquele peito batia um coração. ― John deixou um arquivo onde denuncia um Cartel de tráfico de drogas, existem pessoas poderosas no meio deste Cartel, preciso de sua ajuda para me ajudar a por todos na cadeia, é a única forma para me livrar deles, Torres! E não posso confiar em mais ninguém, e nem você.

― Por onde quer começar?

― Preciso ir à casa de minha mãe... John levou algumas caixas para lá antes de morrer, o nosso apartamento era pequeno e o fiz levar um monte de coisas, e acho que o arquivo está com ela.

― Encontro com você lá.

― Não! Fique onde está, preciso de você trabalhando normalmente... Te ligo assim que por as mãos no arquivo.

― É perigoso, Denise! Você está grávida...

― Não se preocupe, eu conheço bem aquele bairro e sei como entrar na casa da minha mãe sem chamar a atenção.

Desligamos e saí, parei em um Drive TRU, comprei café e um lanche e comi dentro do carro, depois segui para o bairro onde mamãe morava, torcia para que estivesse em casa, queria poder abraça-la e receber seu carinho, mas seria arriscado demais. Parei na rua de trás, entrei pela casa dos Jackson e pulei o muro, olhei para ver se tinha alguém em casa, forcei a porta da cozinha para entrar, estava trancada, o jeito era quebrar a pequena janela da porta, destranquei e entrei.

Fui direto para o sótão, acendi a luz e olhei toda aquela bagunça, puxei todas as caixas que tinha no pequeno armário, me sentei no chão e comecei a abrir as caixas. Aos poucos fui vasculhando, achei minha caixa de bonecas antigas, minha coleção da Barbie, papai adorava me dar de presentes e como eu gostava delas, depois de sua morte fiz mamãe guardar todas, pois me faziam lembrar dele. Coloquei tudo na caixa e coloquei de lado, puxei outra e abri, coisas velhas de minha mãe, nem me atrevi a olhar, puxei outra e achei coisas do apartamento em que vivia com John, olhei cada coisa ali, carrinhos, pedaço de fita, corda, e fui tirando tudo de lá, mas não tinha nada, fui para a outra caixa, um barulho vindo de lá de cima me fez parar, me levantei e apaguei a luz rapidamente, me espreitei num canto pegando a arma e fiquei esperando. A porta do sótão se abriu a luz foi acesa, mas ninguém desceu, ficou parado na porta, a luz foi desligada e a porta ficou aberta, fiquei olhando para a luz que entrava na porta, a silhueta de uma pessoa estava em pé, não se mexia meu coração começou a bater forte, escorreguei para o chão, precisava me acalmar, tentava respirar devagar para não ser denunciada, a silhueta saiu e fiquei quieta ali por um bom tempo, não sabia se tinha só uma pessoa na casa e quem seria.

O Assassino que me amavaOnde histórias criam vida. Descubra agora