O muro era cheio de plantas, aquilo daria trabalho para escalar, fui até ele e me agarrei ao musgo, e com dificuldade consegui subir e pulei, a casa estava vazia, corri pela lateral da casa e coloquei o capuz na cabeça saindo no jardim da frente, e segui para a esquerda, não poderia me manter na rua por muito tempo, precisava de um carro ou um táxi. Duas casas a frente uma CRV estava aberta, alguém tirava as compras de dentro, assim que a mulher entrou na casa, fechei o porta malas entrei no carro e dei a partida já dando ré com tudo, saí cantando pneu, meu coração estava a mil, temia pelo meu bebê, a mulher deu o alarde e sei que em segundos eu estaria ferrada, acelerei pelas ruas de Chicago, tinha me esquecido do raio do aparelho celular, olhei para o retrovisor, uma Cherokee preta aparece com velocidade, a perseguição começa. O bom é que eu estava com vantagem, estava adiantada, entrei a esquerda como se fosse voltar e logo à direita entrando em um estacionamento, desci do carro logo que estacionei, caminhei abaixada entre os carros, duas cherokee entraram no estacionamento, fiquei entre dois carros quando passaram por mim, eu estava arfando, tremendo e sentia um pouco de cólica, me sentei no chão, foda-se, se me pegarem é por que realmente não teria o que fazer, as minhas vistas estavam cheia de estrelinhas dançando por causa do stress.
― Precisa de ajuda?
Olhei para cima, uma moça me olhava desconfiada, eu estava suando frio com a mão na barriga.
― Querem me sequestrar. ― Disse ofegante. ― Está vendo duas Cherokee pretas andando pelo estacionamento?
― Sim... Uma está vindo para cá.
― Ah! Meu Deus! ― Me encolhi e fiquei quieta, a moça abriu o porta malas do carro e colocou a bolsa dentro e fingiu em pegar alguma coisa.
O carro passou lentamente olhado para ela e seguiu.
― Venha... Entre no porta malas... Vou te tirar daqui.
Entrei rapidamente e me deitei, ela me olhou engolindo em seco, mostrei minha barriga para ela, soltei um "Por favor!" sem emitir som, ela fechou o porta malas, e saiu com todo o cuidado possível, ganhando a rua. Creio que fiquei naquele porta malas por uns 40 minutos, morrendo de medo que alguém batesse na traseira, eu estava perdida, logo senti que o carro subia na calçada e descia uma pequena rampa, acho que agora estava segura, estacionou e o porta malas foi aberto, nos olhamos, a moça sorriu aliviada, eu também.
― Vamos subir e tomar uma água.
Desci do carro com a ajuda dela e seguimos até o elevador, creio que estava num dos prédios mais chiques de Chicago, entramos no elevador e subimos, confesso que estava assustada.
―A propósito Sou Helena... ― Ela estendeu a mão para mim.
― Denise... ― Apertei sua mão. ― Me perdoe em te por em risco.
― Foi um prazer em te ajudar, não da para imaginar alguém que queira fazer mal a uma mulher grávida.
Sorri desconcertada.
― Acredite... Existem pessoas que não estão nem aí para isso.
Ela riu e descemos no 16º andar, entramos direto no apartamento, tudo era limpo e claro, o piso era de porcelana fria.
― Mora sozinha?
― Sim. ― Helena colocou a bolsa sobre o aparador e tirou os saltos. ― Me separei há um ano, agora vivo aqui sozinha.
― Eu sou viúva há um anos... ― Olhei para ela.
― E pelo jeito arrumou um namorado barra pesada! ― Helena se jogou no sofá.
― Acho que sou eu a barra pesada... ― A olhei e respirando fundo. ― Sou da Policia, trabalho no departamento de Homicídios, depois da morte do meu marido não tive mais paz.
― Se é da policia por que não pede ajuda para eles?
― Por que acho que não posso confiar em mais ninguém. ― andei pelo apartamento indo até a grande janela, olhei para aquela grande metrópole, com seu transito e helicópteros no ar, estávamos perto do hospital Ann & Robert H. Lurie Children's. ― Não vou tomar o seu tempo, Helena! Agradeço por ter me tirado do estacionamento, mas agora eu preciso ir e descobrir por que estão querendo me matar.
― Por que não fica por aqui hoje... Descanse, espere tudo se acalmar... Vamos ver o noticiário e se diz alguma coisa.
― Não vão dizer... Estavam me escondendo esse tempo todo, e seria uma vergonha para a policia e o FBI terem me perdido depois de uma semana.
Helena se levantou e me olhou preocupada.
― O que fez de grave para estar nas mãos do FBI?
― Eu não sei... É isso que preciso descobrir. ― Ficamos nos encarando. ― Você tem algum aparelho celular que não usa para me emprestar.
― Acho que sim. ― Helena deu as costas e foi até o quarto, depois de um tempo voltou com um aparelho e me entregou.
― Em que trabalha Helena?
― Sou dona de uma rede de lojas, móveis sobre medida. ― Ela sorriu. ― Também sou Design de móveis.
― Por isso seu apartamento é tão bacana... ― Sorri admiranda.
Coloquei o chip no aparelho celular e liguei, assim que o aparelho ligou mensagem de voz começaram a entrar, eram muitas, Helena foi para a cozinha e preparou um chá para nós duas, me sentei no sofá e disquei para ouvir as mensagens, as três primeiras eram de Torres.
"Denise está segura... Está na casa do Senhor Secretário e prometeu em cuidar dela, dar toda a segurança possível... Mas você precisa se entregar, Bruce... Não vai conseguir se esconder por muito tempo."
O chip é de Bruce, deixou comigo por alguma razão, fui para a próxima mensagem.
"J.J... Seu malandro... Quer dizer que comeu a policial e ainda fez um filho nela". ― Uma gargalhada sarcástica soa no telefone, mas logo para. ― Seu Desgraçado... Era para mata-la e não sumir com ela... E você matou um dos meus melhores homens... É bom você aparecer, porque eu vou pegar aquela vadia e vou matar ela na sua frente... Não deveria ter engravidado a garota... Vai se arrepender".
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O Assassino que me amava
RomanceDenise é Tenente da policia da Homicídios de Chicago e é casada com John também detetive e do FBI, os dois sofrem um grave acidente, mas o que parecia um acidente de transito se torna um pesadelo para Denise que se torna alvo de uma organização crim...