capítulo 59- Look Into My Eyes

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“Você pode ter os seus desejos e planos, mas, no final das contas, nada está sob o seu controle.”

POV. Katharine Moore

Desde a hora em que Justin saiu pela porta daquele quarto, eu não consegui ficar em paz. Eu podia sentir as minhas pernas formigarem e o meu coração acelerar de nervoso. Eu não tinha nem se quer noção do que estava prestes a acontecer, mas eu podia sentir, sim, eu podia sentir dentro de mim que nada estava bem.

O teto branco daquele quarto terrivelmente límpido de hospital me causava falta de ar. O lugar onde eu lutei tanto pra não voltar e que, no final das contas, parecia o meu único destino. Eu podia ouvir de fundo algumas vozes vindo do corredor e perto de mim o aparelho que contava os meus batimentos cardíacos. Eu sentia a minha cabeça doer e as minhas pálpebras lutarem pra descansar,mas eu não queria fechar os olhos, eu queria manter meus olhos abertos.

A porta foi aberta calmamente e eu a olhei, esperando por Justin. Soltei um suspiro de fracasso ao ver uma enfermeira adentrar e se aproximar de mim com um sorriso nos lábios, como se eu estivesse gozando saúde.

- Boa tarde, senhorita Katharine. – Ela disse, levando uma mesa de rodinhas até a cama onde eu estava e começando a tirar alguns medicamentos presos em um tipo de ferro que segurava o soro também, todos injetados na minha veia.

- Boa tarde. – Falei, sorrindo de leve.

- Como você se sente? – Ela perguntou.

- Bem. – Menti, mordendo os meus próprios lábios. – E você?

- Estou bem por você estar bem. – Ela disse e eu sorri, pensando que provavelmente ela falava aquela mesma frase pra todos os pacientes.

Eu pensei em falar mais alguma coisa, mas antes que eu pudesse abrir a boca a nossa conversa foi interrompida pela respiração ofegante e desesperada de Justin. Assim que ele parou na porta e o nosso olhar se deu de encontro, eu pude notar sofrimento e tristeza. Ele nunca esteve assim desde quando eu lhe conheci na vida.

A enfermeira percebeu que estava incomodado e terminou de trocar os medicamentos rapidamente, pedindo licença e se retirando da sala.

Justin a fitou até dobrar o fim da porta, então, foi a vez dele de dar um passo a dentro do quarto e fechar a porta em seguida, nos deixando a sós. Ele me olhou incrédulo, balançando a cabeça negativamente e em passos lentos, andando até a minha direção.

- Justin? – O chamei em um sussurro. – Você está bem?

Ele apertou suas pálpebras com o dedo indicador, fechando os olhos. Um suspiro frustrante escapou dos seus lábios e eu queria poder olhar nos seus olhos.

- Justin? – O chamei mais uma vez. – Você est...

- Não Katharine! – Ele disse, me fitando dessa vez. Dei um pulo de leve na cama e engoli a seco. – Eu não estou bem.

- O que aconteceu? – Perguntei com medo do que estava por vir.

- O que aconteceu? – Ele perguntou incrédulo. – Como você pode ter escondido algo de mim, Katharine? Como você pode ter escondido algo de mim nessa altura do campeonato, sabendo que está correndo riscos e não é só você, mas também a uma criança?

Eu sabia do que ele estava falando, era tudo sobre o hematoma. No mesmo instante eu senti uma cachoeira de arrependimento me invadir. Os lábios trêmulos de Justin e o seu rosto vermelho de nervoso entregava o quão arrasado ele estava. Seus olhos brilhavam e eram de lagrimas. Eu queria poder explicar, dizer que havia um motivo pra isso tudo, mas não tinha. Eu fui a errada, a burra, eu sempre cometo os piores erros.

Flatline // J.B Onde histórias criam vida. Descubra agora