“Se ao menos conseguíssemos enxergar a infinita cadeia de consequências que resultariam das nossas pequenas decisões. Mas só percebemos tarde demais, quando perceber é inútil.”
Após a maravilhosa notícia sobre o sexo do bebê, todos presentes na sala começaram a fazer fila pra nos parabenizar. Eu não tirava o sorriso do rosto e só sabia agradecer não aqueles que nos dizia palavras bonitas, mas também a Deus por ter nos dado no meio da tempestade, um raio de sol.
Katharine assim como eu também não tirava o sorriso do rosto. Mesmo inchada por conta da doença e de todo esse mês em um hospital, eu conseguia enxergar do canto do quarto um brilho em seus olhos. Aquilo não me preencheu de felicidade. Aquilo sem dúvidas me transbordou.
- É melhor deixarmos Katharine descansar. – Peter disse, se distanciando da cama junto com as enfermeiras. Kath lhe fitava com um sorriso no rosto. Peter, logo se aproximou de mim e sussurrou: - Parabéns, novo papai. – Ele sorria. – Se precisar de alguma coisa estarei hoje o dia todo aqui.
- Obrigado por tudo, Peter! – Falei, lhe dando um aperto de mão.
Eu sou realmente muito grato por ele estar comigo. Peter chama médicos de todos os países pra vir examinar Katharine e tentar de alguma forma procurar a cura da doença onde não afete o bebê, mas até agora a única solução é esperar o nosso menino nascer e correr para o tratamento mais firme que pode ter. E eu acreditava. Eu acreditava que eu poderia salvar Katharine.
A esperança é a última que morre, não é?
Assim que todas as enfermeiras e Peter se retiraram da sala, Katharine me fitou com um sorriso nos lábios e franziu a testa.
- Você sabia que iriamos descobrir o sexo do bebê, amor? – Ela perguntou.
- Sim. – Falei, me aproximando da cama. – Mas era tudo surpresa.
Ela riu fraco, fazendo biquinho. Aproximei minha boca do seu bico e o selei.
- Você está feliz? – Perguntei, vendo-a me olhar confusa no mesmo instante.
- Eu juro que nunca me senti tão feliz em toda a minha vida! – Ela falou com um sorriso ainda maior nos lábios, logo, passando a mão sob a barriga. – Será que... huh, você poderia ligar pra minha mãe? – Ela torceu a boca e eu ri. – Eu quero contar a ela a novidade.
- Quer que eu a chame aqui? – Perguntei, logo Kath parecia surpresa.
- Claro que sim! – Ela disse, abrindo um sorriso enorme.
Peguei o celular que estava no bolso da minha calça e dei a volta, me sentando na poltrona perto da cama de Kath. Disquei o número de Alisson, esperando o mesmo tocar.
- Está chamando? – Kath perguntou.
- Sim. – Respondi, ouvindo em instantes Alisson atender:
- Justin? – Ela disse.
- Oi Alisson! – Falei, abrindo um sorriso. – Tudo bem?
- Tudo, e com vocês? Aconteceu alguma coisa? A Kath está passando bem? – Sua voz de preocupação era notável. Ri fraco, balançando a cabeça negativamente.
- Está tudo bem sim. – Falei. – Só te liguei porque... A Kath quer te ver. – Falei, olhando pra Kath que me fitava atentamente.
- Ela quer me ver? – Ela perguntou surpresa.
- Sim. – Respondi. – Você poderia vir pra cá?
- Eu posso ir na hora do almoço. – Ela disse. – Eu estou na empresa e prometo passar ai pra ve-la. – Ela deu uma pausa. – Mas... Está tudo bem mesmo?
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Flatline // J.B
Hayran KurguPorque a vida pode te tirar todos os planos que voce criou durante anos e te dar uma data prevista da sua partida atraves de uma doenca cerebral, mas eu parei de ver o lado ruim das coisas a partir da hora que eu ignorei cada segundo que se passava...