Capítulo 4 - Home bad
POV. Katharine Moore
Eu havia acabado de acordar, mas ainda estava deitada na cama fitando o teto, sem coragem se quer de levantar daquele lugar confortável que pra mim naquele exato momento era o melhor lugar pra se estar.
Um edredom branco cobria o meu corpo e parava na minha garganta, deixando apenas o meu rosto de fora pra que eu pudesse respirar melhor, já que nem isso eu estava conseguindo direito durante uma semana.
Eu me negava ir ao hospital toda vez que sentia que ia desmaiar ou acontecia alguma coisa só pra não chamar a atenção da minha mãe ou da Emilly. E de fato, eu não queria ter que encarar o doutor Bieber. Fazia quase três semanas que eu não o via, a ultima vez foi naquele sábado na sua casa e depois, nunca mais se quer o encontrei e por um lado dei graças a Deus, se ele visse o meu rosto, o meu jeito de menina acabada ele provavelmente voltaria ao assunto do tratamento e eu me negaria mais uma vez, cansada dessa merda de assunto.
Soltei um suspiro forte e senti os meus pulmões doerem, junto disso um gemido fraco escapou dos meus lábios e eu fechei meus olhos com força. Logo, relaxei o meu corpo e abri meus olhos, fitando o teto.
Criei coragem e levantei da cama, sentindo cada parte do meu corpo doer como se estivesse acabado de passar um caminhão por cima. Fui até o banheiro e me olhei no espelho, não tendo um dos meus melhores reflexos durante esse tempo: olheiras, pele seca, cabelo oleoso e cara de exausta, como se eu não dormisse a meses sendo que o que eu mais fiz durante as ultimas semanas foi dormir.
Prendi o meu cabelo em um coque e abri a torneira, esperando a temperatura de a água esquentar e logo, jogar uma quantidade de água morna no rosto, tentando pelo menos aparecer apresentável. Sequei o meu rosto com a pequena toalha rosa e me olhei no espelho, bufando irritada após ver que nada havia mudado: eu continuava horrível.
Sem pique, sai do banheiro e fui pro quarto, abrindo a própria do mesmo e vendo que a casa estava em total silencio. Fui até a cozinha e quando entrei, a minha mãe deu um pulo:
- Misericórdia, Katharine. - Ela disse colocando a mão no peito. - Você quase me mata do coração.
Ri pelo nariz enquanto abria a geladeira.
- Bom dia mãe. - Murmurei.
- Bom dia querida. - Ela disse enquanto seu óculo de grau estava no nariz, ela lia alguma coisa. - Não foi pra faculdade hoje por quê?
- Estou cansada. - Respondi enquanto me sentava-se à mesa.
- Você está assim durante a ultima semana toda. Aconteceu alguma coisa?
- Não. - Respondi. - E a senhora era pra estar no trabalho, o que fazes aqui?
- Resolvi trabalhar em casa hoje. - Ela respondeu enquanto voltava a olhar os papeis. - Vai sair hoje?
- Não pretendo. - Disse, dando uma mordida no pão.
- Você passou a ultima semana em casa, trancada no quarto, desanimada... Não quer mesmo conversar?
- Mãe, está tudo bem. - Eu disse e ela assentiu.
Continuei tomando café da manhã enquanto eu ouvia a minha mãe de vez em quando falar sobre coisas aleatórias, respondendo apenas o necessário já que eu sentia meu corpo doer o suficiente por eu querer a minha cama, mas se eu saísse daquela mesa e fosse direto pro meu quarto, a dona Martha provavelmente falaria mais um pouco e o que eu menos queria agora era sermões vindo dela.
Eu estava com raiva só pelo fato de nem ter animo pra pintar eu estava tendo. Aquele era o meu passa-tempo favorito, eu adorava pintar meus quadros ou sair para as praças e desenhar paisagens e rosto, mas a única coisa que eu fazia durante uma semana e meia era ficar deitada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Flatline // J.B
FanfictionPorque a vida pode te tirar todos os planos que voce criou durante anos e te dar uma data prevista da sua partida atraves de uma doenca cerebral, mas eu parei de ver o lado ruim das coisas a partir da hora que eu ignorei cada segundo que se passava...