Capítulo 42- De volta Para Casa

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Hey último capítulo por enquanto *-* (último capítulo entre aspas, esta explicado nos capítulos anteriores) a fic está sendo atualizada.....

"As últimas palavras de Meriwether Lewis foram: "Não sou covarde, sou forte demais. É difícil morrer." Não duvido que seja, mas não pode ser muito pior do que ser deixado para trás."

Eu continuava lendo aquele maravilhoso livro que Justin havia me dado. ''Quem é você, Alaska?''.Provavelmente ele comprou sem saber do que se tratava a história, mas, de alguma forma ela caiu perfeitamente bem pra minha vida.

A cada segundo que passava daquela manhã, eu nem se quer me lembrava de chamar a enfermeira pra me trazer o café da manhã ou pedir que Justin viesse me dar bom dia porque eu já estava de olhos escancarados a horas, eu só queria engolir cada página daquele livro como se não houvesse o amanhã.

Então, de repente os meus olhos bateram em um trecho que eu pensei durante alguns segundos sobre ele. Assim que eu citar o trecho, muitos poderão dizer: ''Katharine, esse trecho não tem a ver com você porque cita uma perca sofrida de quem está na terra, a pessoa que diz cada palavra é que tem o vazio no coração, não quem se foi.'' E nessa altura do campeonato, é claro, nessa história toda eu não vou perder ninguém, pelo contrário, eu iria partir, iriam me perder. Mas de qualquer forma, fez um sentido extraordinário pra mim. Dizia exatamente assim:

''Isso é o medo: Perdi uma coisa importante, não consigo achá-la, preciso dela. É o que a pessoa sentiria se perdesse os óculos, fosse até uma óptica e descobrisse que todos os óculos do mundo tinham se acabado e que, agora, ela teria de se virar sem eles."

As pessoas viveriam assim quando eu partisse? Justin iria precisar de mim e eu não iria poder estar aqui pra dizer que tudo estava bem? A minha mãe passaria noites chorando e entraria no meu quarto pra matar a saudade, deixando tudo intacto e chorando ainda mais por conta das lembranças?

Deus, como isso pode ser tão injusto? Como eu posso partir por conta de uma doença e deixar pessoas que sofrerão a cada segundo pela minha perca? E eu simplesmente não vou poder fazer nada, quanto menos eles: eles continuarão sentindo a minha falta.

Eu não sei como é a vida após a morte, aliás... se é que existe essa coisa de vida após a morte. Eu não sei se vou dormir eternamente, ou se vou pro céu ou pro inferno - que seja -, se eu vou encontrar Tasha, ou depois de longos anos Justin aparecerá lá também. Mas de qualquer forma, pode parecer incrivelmente ridículo esse pensamento: eu não quero estar aqui pra ver as lágrimas que as pessoas derrubariam por mim. Apesar de que se eu pudesse estar pelo menos um momento na Terra enquanto todos soubessem que eu estivesse morta, seria no meu enterro. É sério, eu aposto que todo ser humano tem vontade de estar no seu próprio enterro pra saber quem estará presente, quem entregará flores, quem irá fofocar, quem irá chorar ou qualquer coisa que seja. Aposto!

Sai dos meus pensamentos quando ouvi a porta do quarto do hospital sendo aberta devagar. Levantei a minha cabeça e abaixei o livro, vendo a figura mais bela que eu pudesse ter logo pela manhã: Justin entrando no quarto com um sorriso incrível nos lábios.

- Oh... - Ele sussurrou se aproximando da cama. - Mas já acordou?

- Fazem quase 40 minutos. - Falei, sorrindo em seguida. Ele abaixou a sua cabeça e selou os nossos lábios.

- 40 minutos? E eu posso saber o que você estava fazendo por nem se quer me chamar?

Levantei o livro em mãos e ele levantou a sobrancelha, abrindo a boca em seguida.

- Ah, agora eu entendi. - Ele riu. - Olha, estou começando a me arrepender de ter te dado esse livro.

- Justin! - O repreendi e ele franziu a testa, rindo em seguida.

Flatline // J.B Onde histórias criam vida. Descubra agora