POV. Justin BieberMesmo repetindo mentalmente mil vezes que hemorragia era apenas um dos milhares de resultados do tratamento que o corpo de Katharine iria ter, o meu coração batia cada vez mais rápido e o meu pé pisava cada vez mais fundo no acelerador do carro.
- Justin, tem como você andar mais devagar, por favor? - Katharine murmurou do meu lado e eu a fitei, caindo na realidade.
Apenas assenti e diminui a velocidade do carro, apesar de que estávamos quase chegando ao hospital.
Katharine segurava uma toalha que eu lhe entreguei antes de sairmos de casa e ela estava perto da sua calça, impossibilitando que vazasse sangue. Entrei rapidamente no estacionamento do hospital e parei o carro em uma vaga, desligando o automóvel e abrindo a porta. Assim que eu sai, fechei a porta e fui em direção a porta da Kath, abrindo pra que ela saísse.
Segurei em sua mão e ela saiu do carro, fechando a porta atrás de si. Apertei o alarme do carro, escutando o mesmo fechando os vidros e travando as portas, em seguida, comecei a andar com Katharine em direção a entrada do hospital.
John, um dos médicos especialistas de câncer que trabalhava no hospital já me esperava na entrada do próprio. Eu fiz uma ligação pra ele antes de sair de casa e ele disse que me ajudaria a fazer a transfusão de sangue na Kath.
- Oi Katharine. - John disse na maior calma.
Eu juro que eu estaria do mesmo modo que ele se não fosse a Katharine como paciente.
- Oi. - Ela disse em um sussurro enquanto a minha mão estava em suas costas, segurando-a.
John assentiu e eu o acompanhei, levando Kath comigo. Seguimos o primeiro corredor enorme, chegando quase na ultima sala. Lá havia duas enfermeiras arrumando uma cama e todos os equipamentos pra transfusão.
- Justin. - John me chamou enquanto as enfermeiras colocavam Kath na cama. O fitei. - Você tem certeza que o sangue dela é O negativo?
- Sim, por quê? - Perguntei, abrindo o envelope que estava em minhas mãos.
Lá havia todos os resultados de exame que eu fiz na Katharine antes de começar o tratamento, tendo seu tipo de exame, remédios que ela podia tomar, se ela tinha diabetes ou não etc. E desci os meus olhos até o tipo sanguíneo dela e estava exatamente: O negativo.
- Não tem esse tipo de sangue no abastecimento do hospital. - Ele disse em um sussurro pra que Katharine não escutasse. - Eu já fiz pedido em outro hospital, mas deve chegar apenas amanhã pela manhã.
Torci a minha boca, sentindo o desespero me invadir. Se eu fosse esperar até amanhã cedo, Katharine não sobreviveria porque eu já conseguia notar pelos seus lábios o quanto pálida ela estava.
POV. Katharine Moore
Justin conversava com o doutor John enquanto as enfermeiras me arrumavam na cama. Eu usava dessa vez apenas uma roupa branca do hospital, deitada na cama e fitando o teto.
Eu me sentia um pouco zonza e a minha boca estava seca. Eu nem ao menos acreditava que estava naquele hospital pela segunda vez naquele mesmo dia.
Notei alguns movimentos do Justin com o doutor John. Eu juro que queria ouvir o que eles estavam conversando, mas eles falavam tão baixo que era quase impossível. Eu tinha a sensação que estavam escondendo alguma coisa de mim e eu não suportava aquilo.
Uma enfermeira se aproximou de mim e passou a mão na minha testa, tirando uma mecha de cabelo e sussurrando:
- Eu vou injetar na sua veia um medicamento pra você dormir, tudo bem?
Assenti, mesmo sendo contra a minha vontade. Eu queria ficar acordada, mas, não adiantaria nada. Em seguida, a enfermeira injetou o remédio na minha veia e em questão de minutos, eu fechei os meus olhos e acabei adormecendo.
[...]
Eu podia escutar os bips do equipamento do meu lado. Abri os meus olhos com um pouco de dificuldade e notei que ainda estava no hospital, e no mesmo quarto de antes. A luz estava mais fraca e a cama estava encostada na parede. Rodei o meu rosto a procura de alguém ou até mesmo de Justin, mas havia apenas uma enfermeira arrumando algumas coisas perto da minha cama.
Dei uma tossida e ela logo se virou, me fitando. Em passos rápidos ela veio até a cama.
- Como se sente, Katharine?
- Bem. - Falei, abrindo um pequeno sorriso. - Cadê o Justin? - Perguntei, analisando o ambiente mais uma vez.
- Só um minutinho... - Ela disse e eu assenti.
A enfermeira deu as costas, saindo da sala. Fiquei com o meu olhar preso na porta esperando Justin passar por ela a qualquer momento. Eu me sentia um pouco melhor, mas, eu sentia tanta saudade dele.
Eu nunca acordei desde quando comecei o tratamento e não encontrei Justin ali. Foi a primeira vez, e eu não gostei tanto disso.
Em instantes, o doutor John apareceu no quarto e a enfermeira que estava comigo a minutos atrás entrou atrás dele.
- Cadê o Justin? - Perguntei em um sussurro enquanto John se aproximava da cama.
- Katharine... - Ele sussurrou e eu senti o meu estomago revirar. Ele tinha seu olhar preso a mim.
- O que aconteceu? - Perguntei, sentindo um desespero tomar conta de mim.
- Nada, ele está bem. - Ele disse, abrindo um pequeno sorriso. - Mas é que foi difícil achar alguém com o mesmo tipo sanguíneo que você.
- E achou? - Perguntei.
Provavelmente sim, porque de fato eu estava bem melhor e do lado da minha cama havia uma bolsa de sangue.
- Sim. Você deveria agradecer eternamente a essa pessoa, a sua porcentagem de sangue estava bem baixa.
- Quem foi que doou? - Perguntei um pouco curiosa.
- O Justin, Katharine. - Ele sussurrou, passando a mão na minha testa. - Ele te salvou mais uma vez.
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Flatline // J.B
أدب الهواةPorque a vida pode te tirar todos os planos que voce criou durante anos e te dar uma data prevista da sua partida atraves de uma doenca cerebral, mas eu parei de ver o lado ruim das coisas a partir da hora que eu ignorei cada segundo que se passava...