capítulo 30- Against time

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16 dias depois.

POV. Katharine Moore

Eu vivia a cada dia sem pensar no amanhã. Vivia da melhor forma que podia, tentava me manter calma, não surtar e nem ficar deprimida por conta da doença. Tentava pensar apenas na vida, não na morte. Beijava mil vezes o Justin antes de dormir e fechava meus olhos sem saber se eu abriria ele pela manhã, mas de qualquer forma eu tinha um sorriso nos lábios. Tentava não sentir medo de nada e até mesmo os meus pesadelos haviam diminuído.

Mas naquele dia eu sentia o medo me invadir de uma tal forma que apesar de eu não saber explicar, eu sabia o motivo: eu saberia do resultado do tratamento.

Sim, um mês havia se passado depois que eu comecei o tratamento com o Justin. Um mês que finalmente saberíamos se havia tido resultados da quimioterapia e o que isso traria. Um mês. E parecia até mesmo que começou ontem.

Justin andava comigo naquele corredor cabuloso de hospital. Aquele famoso corredor que me dava calafrios e um vazio enorme no meu peito. Eu sentia a mão de Justin segurar na minha com firmeza, o seu olhar transmitia segurança apesar de eu sentir o quanto a sua pele estava gelada. Ele também estava nervoso.

Era até estranho ver isso do Justin, até porque, ele parecia uma pessoa calma e serena, ainda mais quando se tratava de doenças já que ele convivia com isso diariamente. Por exemplo, foi ele mesmo que me deu a terrível noticia que eu estava com câncer e eu me lembro perfeitamente do quão calmo ele me avisou. E agora o seu olhar, a sua mão, todo o seu corpo lhe denunciava de um nervoso incomum de se ver em um médico como ele.

Entramos no consultório do Doutor Peter. Ele que estava com resultado do exame e iria dar a noticia primeiramente a Justin.

- Oi Kath. – Ele disse, me dando um aperto de mão. – Oi Bieber.

- Oi Doutor. – Falei, lhe dando um sorriso pequeno.

- Oi Peter. – Justin disse, apertando a sua mão em seguida. – Então...?

- Você prefere que eu lhe diga em particular ou...

- Em particular. – Justin disse, cortando Peter.

Eu assenti, me sentindo um pouco mal de ser a ultima a saber o que estava acontecendo comigo. Dei as costas e Justin segurou no meu braço, saindo do consultório junto comigo até o corredor do hospital.

- Eu espero que você entenda a minha decisão de querer saber antes de você. – Ele disse em um sussurro. – Eu quero conversar com o Peter em primeiro.

Eu assenti, e então, o abracei bem forte em seguida.

- Vai dar tudo certo, Kath. – Ele sussurrou no meu ouvido, me abraçando ainda mais forte.

Assenti mais uma vez, segurando as lágrimas que já estavam na minha garganta.

Justin me soltou silenciosamente e me deu um olhar de conforto, como se quisesse dizer que tudo estava bem e em seguida, voltou para o consultório do Peter. Eles fecharam a porta e então, eu olhei para aquele imenso corredor.

Não havia quase ninguém transitando pelo local, apenas enfermeiras que entravam em uma sala e saiam em outra.

Aquela noite havia sido terrível. Lembro-me das 4 vezes que acordei assustada achando que havia perdido o horário da consulta e que eu não saberia o resultado. Justin nem se quer pregou os olhos, ele ficou ao meu lado a noite toda me acalmando quando eu dava alguns pulos durante o sono.

Sem contar os cafunés, beijos, abraços e caricias que ganhei na longe madrugada que tivemos. Ele tentava me acalmar de diversas formas, até mesmo contando histórias como se eu fosse uma garotinha de 6 anos.

Flatline // J.B Onde histórias criam vida. Descubra agora