10- Next day

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POV. Justin Bieber

Abri meus olhos com certa dificuldade e quando fui mexer o meu corpo na cama, senti algo pesado sob mim. Meus olhos correrem pelo corpo de Katharine que estava jogado na minha cama e o seu braço em cima do meu corpo, enquanto o meu estava envolvido no corpo dela.

Não, não havíamos transado. Mas naquela noite havíamos tido o nosso primeiro beijo. E podemos dizer que o primeiro beijo que eu tive com outra mulher após perder Tasha.

Senti o arrependimento bater na ponta da minha língua e um gosto amargo aparecer entre ela, fazendo com que eu engolisse seco. Eu estava entrando em um túnel escuro e procurava a famosa luz que existia no final dele, mas realmente, não existia. Eu havia beijado outra mulher depois de perder Tasha a 3 anos e eu sentia como se estivesse acabado de trair a minha mulher que agora está morta. A 3 anos.

Eu podia até sair da cama, ou acordar Katharine e pedir que ela fosse embora, mas assim que os meus olhos percorreram o seu rosto angelical e o modo que ela dormia, eu não consegui mover nenhum músculo, só os meus olhos que percorriam sob o seu corpo.

Dormimos junto a noite toda, os meus braços prendiam seu corpo como se fosse lhe proteger de qualquer mal, como se nada, nem a doença, nem os pesadelos, nem a sua mãe ou qualquer coisa que fosse pudesse levar Katharine embora. Eu a segurei comigo com todas as minhas forças.

Ela era tão linda, porra! Ela era maravilhosa. Seus traços delicados, a sua boca que naquele momento estava vermelha e a roupa que ele vestia que era minha e que cabiam duas Kath dentro. Eu juro, ela ficava muito linda... e gostosa.

E lá estava eu querendo foder com a minha própria vida mais uma vez.

Eu já havia perdido Tasha, e agora estava começando a me envolver depois de anos com uma garota. Isso seria tão normal se a história acabasse aí, se não houvesse mais nenhum detalhe tão grave, mas existia: ela tinha câncer. E pior: negava fazer qualquer tipo de tratamento.

Isso de fato me matava por dentro. Eu estava realmente gostando da companhia da Kath, apesar de muitas perguntas estarem passando na minha cabeça naquele exato momento e eu estar pedindo milhares de perdões a Tasha por pensamento. Eu espero que onde ela esteja, e se ela estiver vendo a cena de nós dois na cama, ela me perdoe por aquilo.

Tasha, eu não transei com a Kath. Você ainda foi a ultima.

Seria loucura dizer que a 3 anos eu não transo? Não vou nem se quer na cama com nenhuma mulher? Oportunidades eu tive, eu sou um médico de 25 anos, que de vez em quando vou pra baladas - é claro, não sou de ferro. Aliás, encontrei Kath lá, lembra? - mas não consigo nem ao pior relacionar com ninguém. É como se quando os meus olhos dessem de encontro a alguém, no mesmo instante me vinha Tasha na mente. É sério, é horrível! E eu não entendo porque isso simplesmente não aconteceu com Katharine. Eu olho pra ela e vejo apenas ela, me esqueço do passado amargo que tive, me esqueço de tudo e só consigo ver seus traços angelicais que me dão vontade de beijar.

Merda, por que essas coisas acontecem logo comigo?

O meu pensamento foi interrompido por Katharine mexendo o seu corpo na cama. A fitei com medo dela acordar, mas, em seguida, seus olhos se abriram e ela analisou todo o ambiente, logo, me olhando.

- Ai meu Deus... - Ela sussurrou, colocando a mão na testa. - Você dormiu aqui.

Ri pelo nariz e assenti levemente.

- Eu dormi. - Falei. - Essa é a minha cama, até pelo o que eu sei.

Ela riu fraco.

- Você está acordado faz tempo?

- Uns 5 minutos.

- Então... você está a 5 minutos me olhando? - Ela perguntou, franzindo a testa.

- Exatamente. - Ri fraco.

- Você poderia mentir dizendo que não. - Ela falou, rindo em seguida e tampando seu rosto com as duas mãos.

Comecei a rir e levei minha mão até a sua, tirando do seu rosto e fazendo com que ela me olhasse.

- Justin...

- Hum?

- A gente... transou ontem?

- Você não estava bêbada por não lembrar.

- Mas é estranho acordar do lado de um cara, assim.

- Você costuma acordar do lado dos homens que transa nas noites? Eu sei que sou diferente ent...

- Shiu. - Ela pousou delicadamente seu dedo indicador nos meus lábios. - Não é isso, mas é que é...

- Eu entendi. - Falei, rindo fraco.

O seu jeito de querer explicar e se embaralhar toda com a explicação era ainda mais lindo.

- Mas não, a gente não transou.

- UFA! - Ela soltou um suspiro pesado e colocou a mão sob seu peito, a fitei de testa franzida. - Não, não quer dizer que eu não queira, mas não seria bom transar com o meu médico no primeiro beijo, né?

Comecei a rir.

- Então você quer?

Ela arregalou os olhos e eu disparei a rir.

- Ué, você disse que queria, ''não quer dizer que eu não queira''. - Repeti suas palavras.

- Não Justin... Ai. - Ela colocou a mão na testa como se estivesse arrependida de ter falado aquilo.

Eu ria do seu jeito todo sem reação diante daquela situação.

- Kath... - Disse entre risos e ela me fitou. - Não se preocupe, estou apenas brincando com você.

Ela me deu um tapa fraco no meu braço que pareceu mais um carinho, ri fraco.

- Dormiu bem? - Perguntei.

Kath me olhou e pareceu pensar por alguns instantes, respondendo em seguida:

- É, acho que sim. Sim. Dormi melhor depois que você veio me ''salvar''. - Ela disse salvar entre aspas e eu ri fraco.

- Fico feliz. - Disse, abrindo um pequeno sorriso.

Não havia muito que se falar naquela altura do campeonato, então, Kath ficou me olhando enquanto eu também a olhava. Nossas cabeças estavam próximas, deitadas no mesmo travesseiro e eu podia sentir uma de minhas mãos na sua cintura, enquanto uma de suas pernas estava em cima da minha.

O silencio estava propagando no ambiente. Eu poderia me incomodar com aquilo, mas não havia palavras e sim troca de olhares, e aquilo dizia tudo.

De vez em quando ela ria fraco e fechava os olhos, voltando a abri-los depois de alguns segundos, me olhando novamente. Os meus olhos percorriam o seu rosto, seus olhos, a sua boca, ela passava a língua sobre seus lábios e sorria em seguida, mostrando todos os seus dentes impecáveis e maravilhosos.

- Kath... - Murmurei e ela levantou as sobrancelhas esperando que eu continuasse, talvez. - Eu estou com muita vontade de fazer uma coisa.

- Faça, Justin. Não vai ser todos os dias que você vai acordar comigo na sua cama.

Ri fraco e me aproximei dela. Eu parecia mais um garoto de 15 anos beijando pela primeira vez. A sensação do estomago embrulhando, a vontade de ter ela comigo. Fazia muito tempo que eu não sentia isso.

Meus lábios se encontraram com o dela assim que a nossa distancia se finalizou. Ela agarrou os meus braços e a minha mão desceu pela sua cintura, apertando de leve.

A sua língua brincava com a minha enquanto eu sentia um pouco do perfume dos seus cabelos e da sua pele invadir a minha narina. Era natural, eu nunca havia sentido se quer aquele perfume e eu duvido que se possa comprar em uma loja. Era o cheiro de Katharine, doce como ela, mas nada enjoativo. Igual ela também.

Ao contrario de enjoativo, ela era viciante. E agora eu entendia o porque de eu ter ficado 3 anos sem nenhuma mulher. Era como se a vida me fizesse ter esperado por Katharine esse tempo todo, eu só fico puto por ela ter demorado tanto tempo, mas feliz por finalmente ela estar aqui.

Flatline // J.B Onde histórias criam vida. Descubra agora