capítulo 57- Nothing Well

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Aquele sem dúvidas foi um dos melhores dias da minha vida.

Dentro dos 7 meses em que eu estou ao lado do Justin, onde eu descobri a doença e milhares de coisas começou a acontecer na minha vida, aquele dia foi o melhor dia da minha vida. Enquanto os meus pés tocavam aquela água do mar e eu podia sentir o sol batendo no meu rosto, eu tinha uma certeza: eu estou viva. Eu estou viva de dentro pra fora e de fora pra dentro. De trás pra frente e de todos os lados. E pela primeira vez eu podia sentir que nada era capaz de me parar.

Depois de termos passado quase a manhã toda com os golfinhos, decidimos ir almoçar. Mandy reclamava de fome e eu sentia o meu estomago roncar também. O sol estava forte o suficiente pra que eu me negasse prevalecer em baixo dele, então, subimos de volta pra lancha.

- Tchau golfinhos! – Mandy se despedia. – Foi bom estar com vocês!

Ri fraco, vendo que ela estava realmente triste por deixar aqueles animaizinhos pra trás. Justin ocupou o volante da lancha, ligando a mesma e seguimos em frente. Puxei a toalha que estava perto dele e enrolei uma em Mandy e a outra em mim, colocando a terceira nas costas do Justin. Ele sorriu, tendo toda a sua atenção ao mar e eu beijei a sua bochecha, abrindo a porta ao seu lado e chamando Mandy:

- Vamos tirar essa roupa, pequena! – Falei e ela me fitou, assentindo.

Adentramos no quarto e eu me agachei pra que Mandy pudesse puxar o zíper da roupa de mergulho e assim ela fez, então, eu a virei de costas pra mim, puxando o zíper da dela também. Comecei a puxar a minha roupa até os pés com dificuldade já que o meu corpo estava molhado, e assim que eu fiquei totalmente nua, puxei a toalha, colocando-a nas minhas costas.

- Kath! – Mandy me chamou. – O que é isso?

Engoli a seco imediatamente. Ela viu o hematoma, certeza.

Me virei pra poder olhar pra Mandy e notei que ela apontava para o meu traseiro. Franzi a testa, vendo que tinha um espelho perto da cama e andei em direção ao mesmo, vendo que havia um hematoma também no meu traseiro.

Imediatamente tirei a toalha do meu corpo, vendo que o primeiro hematoma ainda estava lá e que agora tinha mais um. Me virei pra Mandy e sorri forçadamente, murmurando:

- Não é nada, querida! Eu devo ter batido em algum lugar.

Ela assentiu, mesmo sem acreditar muito. Rapidamente puxei a minha roupa que estava na cama, vestindo a mesma.

- Gostou dos golfinhos? – Puxei outro assunto pra que ela esquecesse.

- Eles são tão lindos, Kath! O papai não vai poder mesmo levar eles embora com a gente?

- Eles vivem no mar, amor. – Eu falei, vendo Mandy fazer biquinho. – É o lugar deles.

- Mas eu ia dar amor e carinho pra eles. Papai poderia fazer uma piscina lá em casa...

- Piscina é pequeno demais pra eles, querida. – Ela me fitava. – Eles gostam de se comunicar com outros golfinhos, com peixes, nadar bastante. Seria a mesma coisa se você morasse no mar... Você gostaria?

Ela balançou a cabeça negativamente e eu ri.

- Então. – Falei. – Aqui é o lugar deles.

- KATH! MANDY! – Ouvi Justin nos chamar. – Chegamos!

- Vamos almoçar. – Falei, dando as mãos para Mandy. – Estou faminta.

Saímos do quarto e a lancha já estava parada no mesmo local onde havíamos encontrado. Justin já vestia sua bermuda florida e o seu chapéu, ele conversava com o mesmo homem de quando havíamos chegado na praia e que eu deduzia ser o dono da lancha.

Flatline // J.B Onde histórias criam vida. Descubra agora