POV. Katharine Moore
Os dias começaram, desde então, a se passar rápido demais. O dia do casamento estava próximo e o hospital ainda era o lugar que eu continuava a estar, não saindo de lá pra nada. Mamãe e Justin fazia a troca diária, enquanto um ia escolher algo sobre o casório, outro ficava comigo mesmo que eu pedisse pra ficar sozinha, é obvio, Justin nunca aceitava.
A minha barriga crescia cada dia mais, eu já podia sentir meus pés e minhas mãos inchadas. Eu estava no meu quarto mês de gravidez e tudo estava sob o controle, na maneira do possível. Havia alguns dias em que eu passava mal e a correria de médicos começava, o que deixava todos nós aflitos, mas pior do que isso é ver a carinha de Justin preocupado como se ele gritasse por socorro e pedisse aos céus que não deixasse que nada de ruim acontecesse comigo. Isso poderia acontecer 10 vezes ao dia, ele sabia talvez como seria o final de cada uma, mas pra ele era como se fosse a primeira vez.
Hoje é um dos dias em que eu estou no hospital com a minha mãe. Ela se encontrava sentada na poltrona de Justin enquanto folheava uma revista de vestidos de noiva. Esperávamos qualquer sinal do Mark, o dono da loja mais cara de vestidos de Nova York aparecer com os melhores 10 vestidos que eu havia escolhido por foto. Hoje se iniciava os experimentos para o casamento.
Eu já podia sentir meu estomago embrulhar de me imaginar dentro daqueles vestidos brancos com caldas enorme. Pra dizer a verdade, eu estava começando a ficar aflita com isso tudo.
- Onde Justin foi? – Minha mãe perguntou enquanto tinha os seus olhos grudado na revista. Eu ri, abaixando o volume da TV que passava qualquer coisa aleatória.
- Saiu com Mandy. – Respondi. – Eles precisam de um tempo juntos.
Minha mãe levantou seu olhar direto pra mim, franzindo os lábios.
- Eu também acho, querida. – Ela disse. – Mas você não se incomoda?
Franzi a testa, torcendo a boca em instantes.
- Não. – Dei uma pausa. – Por que me incomodaria?
- Vocês estão muito apegados. – Ela disse. – Eu entendo, Justin quer ser sempre tão protetor, mas Mandy é uma criança...
- Diga isso a ele! – Falei. – Ele diz que ela vai entender e sim, Mandy pode dizer ok pra todas essas coisas, mas eu sinto que não está tudo bem.
Um sorriso mais confiante nasceu dos lábios da minha mãe e ela assentiu.
- Fico feliz que você tenha esse pensamento, Katharine. – Ela disse. – Mandy está tentando levar tudo na melhor maneira possível.
- Eu sei que sim. – Assenti, concordando. – Eu só tenho medo que ela exploda e pare de aceitar o que a incomoda, e sei que não são poucas coisas.
- Temos que pensar no futuro dela também... – Minha mãe disse pensativa. – Ela já passou alguns bocados.
- Nem me diga. – Passei a mão na minha testa, soltando um suspiro. – Ela saiu tão feliz do hospital junto com Justin ao saber que passaria o dia com ele.
Mamãe foi abrir a boca pra dizer alguma coisa, mas duas batidas na porta foram o suficiente pra interromper aquele assunto. Ela me olhou ansiosa e se levantou da poltrona, andando até a porta e abrindo a mesma.
Um homem de 1 metro e 65cm estava do outro lado da porta, atrás de uma enfermeira. Ele era careca e usava óculos de grau. Segurava algumas caixas em suas mãos e eu não escutei o que mamãe conversou com a enfermeira, mas foi o suficiente pra que ela desse espaço pra que Mark pudesse entrar. Uma mulher lhe acompanhava, segurando um espelho enorme.
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Flatline // J.B
Fiksi PenggemarPorque a vida pode te tirar todos os planos que voce criou durante anos e te dar uma data prevista da sua partida atraves de uma doenca cerebral, mas eu parei de ver o lado ruim das coisas a partir da hora que eu ignorei cada segundo que se passava...