Capítulo 21- All of the stars

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Eu estava sentado na poltrona com os meus dois braços apoiado na perna enquanto os meus olhos estavam presos na Kath que permaneceu deitada na cama desde a hora que eu a coloquei. Mandy estava ao seu lado, aflita, assim como eu.

Fazia alguns minutos desde o acontecimento e desde então, ela não havia acordado.

Fui pela décima vez até Katharine e medi sua pulsação, passando meu dedo perto do seu nariz pra garantir que ela ainda respirava perfeitamente. Ela só estava desacordada, mesmo.

Mas mesmo assim eu me sentia mal. Eu queria tanto que ela acordasse logo.

Por um momento eu dei graças a Deus pela mãe de Kath ter ido embora antes do tempo, imagine se ela presenciasse a filha desmaiando no banho? Não quero nem imaginar.

Voltei a me sentar na poltrona e ouvi Mandy me chamar em um sussurro:

- Papai, olha!

Imediatamente, olhei pra Mandy que agora, abria seus olhos com calma e fitava o teto. No primeiro instante ela franziu a testa e Mandy me fitou, levei meu dedo indicador até os meus lábios e fiz gesto de 'shiu', pedindo que ela não surtasse pra não assustar Kath.

Eu sentia um alivio passar por todo o meu corpo e até relaxei os meus ombros, soltando um suspiro profundo em seguida.

Kath analisava todo o ambiente, provavelmente se sentindo perdida da onde estava. Ela olhou pra Mandy e depois de alguns instantes, virou a cabeça na minha direção e me fitou.

- Justin... - Ela murmurou e eu me levantei da poltrona rapidamente, indo na sua direção. - O que... o que aconteceu?

- Você desmaiou. - Falei e ela arregalou os olhos. - Mas fica sossegada, é só por conta do tratamento.

- A minha cabeça dói. - Ela franziu a testa, levando a sua mão até a cabeça.

- Você a bateu no chão na hora da queda, mas eu já analisei, está tudo bem, não há ferimentos.

Ela assentiu.

- Sente dores? - Perguntei. - Como você se sente?

- Um pouco tonta e com dor de cabeça. - Ela respondeu em um sussurro. - Faz quanto tempo isso?

- 15 minutos, mais ou menos.

Ela voltou a olhar pra Mandy e em seguida, Mandy a abraçou tão forte. Eu conseguia enxergar a todo instante enquanto Kath esteve desmaiada, que Mandy passou nervoso e estava aflita querendo que ela acordasse. E agora, não era apenas um alivio pra mim, mas como pra minha filha também.

Assim que Mandy se separou de Kath, foi a minha vez. Me aproximei dela e encostei as nossas testas, olhando em seus olhos que ainda demonstravam confusa. Beijei a ponta do seu nariz e em seguida, subi a minha boca até a sua testa e selei a própria.

Sempre ouvi dizer que beijos na testa representa respeito. Eu sempre fui de respeitar Kath, mas naquele momento aquele beijo representava além disso. Representava alivio, ternura e... amor.

Enquanto Katharine esteve desmaiada, eu me senti terrivelmente mal. Desde quando ela aceitou fazer o tratamento, a esperança dela sobreviver a essa maldita doença cresce a cada dia mais dentro de mim. É uma esperança pequena, nem que seja 1% no mar das incertezas, mas ela existe. Eu nunca fui muito de frequentar igrejas, tão pouco falar de Deus, mas desde quando Katharine disse que queria fazer o tratamento, eu venho pedindo que Ele a ajude nessa jornada. Eu também estarei com ela, mas eu sei que não sou totalmente um anjo que possa lhe salvar 100%. E eu a queria salva. Queria tanto salva que eu já lhe imaginei diversas vezes no futuro. Sem câncer. Com saúde. E comigo.

Flatline // J.B Onde histórias criam vida. Descubra agora