6. Chamas

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Caminhamos em direção ao elevador, continuando quietos, sem trocar nem uma palavra um com o outro. Eu não falaria nada enquanto Matthew também não falasse, pois, sua cara estava me dando até medo. Chegando lá, ele aperta o botão para o elevador subir e logo após decido dizer algo:

- Fiz algo de errado senhor? - Pergunto olhando diretamente para ele.

- Não, você não fez nada de errado! - Ele diz em tom de ironia.

Matthew vira o olhar para o elevador, até que digo:

- Então porque só me chamou? E as meninas que também estava no setor?

- Elas não me interessam! - Ele diz virando o olhar rapidamente para mim.

Fico sem saber o que dizer, apenas sinto um frio na barriga querendo adivinhar para onde ele iria me levar, ainda com medo daquele lindo rosto com aquela expressão intensa.

O elevador se abre, sem ninguém lá dentro. Matthew faz um sinal com os olhos para dentro do elevador, dando a entender que era para eu entrar. Piso os pés lá dentro e me encosto na parede do mesmo, enquanto Matthew entra, aperta o botão do vigésimo sexto andar. Ele estava indo comigo para o andar onde sua sala ficava, perto do setor executivo. O elevador sobe. Matthew continua me olhando com aquela cara e eu faço de tudo para desviar o olhar. Olho para a tela que passava as notícias, para o chão, mas não tinha jeito, eu acabava olhando diretamente para ele e o mesmo percebia isso por estar me olhando.

Não demora muito para o elevador chegar no próximo andar. As portas se abrem, novamente fazendo aquele pequeno barulho. Matthew novamente faz o sinal com os olhos para mim sair do elevador primeiro. Saio de lá e ele vem atrás. As portas do elevador se fecham automaticamente e então fico parado esperando por Matthew, não podia andar em sua frente sem saber para onde ele iria me levar, se ele precisava de mim para algo, se ele queria me fazer algumas perguntas sobre o colégio, sei lá. Ele passa por mim e sigo-o até sua sala, na qual sua secretária, uma moça jovem de cabelos castanho claro, diz:

- Bom dia senhor Walker.

- Bom dia Bridgit - Ele diz sem olhar para cara de sua secretaria.

A moça o recebe muito bem, ela sorri, enquanto ele diz apenas um simples " Bom dia " para ela. Enquanto sigo Matthew para sua sala, olho para a secretaria e sorrio sem graça, ela então retribui o sorriso.

Ele entra em sua sala, me espera segurando uma da porta dupla, enquanto passo por ela e ele a fecha. Fico impressionado com o tamanho da sala de Matthew, com certeza seria mais grande que muitas do prédio. Dou alguns passos, olhando em volta, vendo como o lado da frente e o direito da sala era. Consigo ver afora do prédio, os outros prédios que ficavam por perto, o céu e até as ruas de Boston por aquelas grandes janelas que ocupavam toda a parede.

Matthew fecha a porta e caminha lentamente por trás de mim, chegando bem perto de mim que até consigo sentir sua respiração. Dois segundos depois, ele volta a andar e fica em frente à mesa de vidro, encostado com suas mãos apoiadas na mesma, onde estava suas coisas como seu Notebook, canetas lápis com o logo da empresa em um objeto, vários relatórios agrupados e bem organizados.

Ele volta a me encarar e logo diz:

- Sente-se - Ele aponta para um pequeno sofá preto com estrutura cromada de dois lugares.

Caminho até o assento, ainda nervoso por não saber do que se tratava, o porquê de estar em sua sala. O assento ficava um pouco longe da mesa de Matthew e eu também não entendia o porquê disso.

Ele continua me olhando, sem desviar o olhar de mim e observando eu me sentar no lugar. Após me sentar, olho para ele e espero que o mesmo diga algo, e então depois de um tempo com nossos olhares se chocando, Matthew diz:

Incondicionalmente (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora