1. Palmas

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Eu sempre fui um garoto na minha, aquele tipo de cão que só morde se você mexer com o mesmo, mas mesmo assim eu nunca gostei de me envolver com conflitos, brigas ou de fazer coisas mais plausíveis, resumindo... Nunca fui de chamar atenção.

Estava sendo difícil naquele dia, demonstrava toda minha aflição e preocupação com Maria, minha mãe. Ela está doente de cama, muito mal e eu como bom filho, estava fazendo tudo para ela. Limpava a casa, e no momento passava um pano úmido no chão de madeira da média casa que temos em uma rua de um pequeno bairro de Boston. De 15 em 15 minutos no máximo, eu ia até seu quarto para ver se mamãe estava bem. Em uma dessas idas, coloco o termômetro em sua boca e após pouco tempo vejo que sua febre já está passando dos 38ºC.

- Mamãe... - Faço um estralho com a boca - Você não está bem! - Digo tirando o termômetro.

Ela parece perceber minha preocupação, claro, minha mãe mesmo sem demonstrar ela sabia o que eu sentia, e eu deixava na cara que eu estava mais preocupado que ela mesma. Mamãe me olha e diz:

- Calma Alex! Logo vai passar! - Ela diz tentando me acalmar.

Minha mãe Maria olha para mim, sentado na cabeceira da cama ao seu lado, apenas me observando de perfil. Meus cabelos castanhos claros que não estavam arrumados hoje. Eu sempre dava um jeito de manter meu cabelo arrumado, porém hoje eu nem ligava para isso.

Olho para mamãe que está olhando para o termômetro. Logo após ela vira o olhar para meus olhos azuis e diz:

- Não se preocupa Alex! Eu estou bem! Só estou com frio! - Mamãe se encobre mais na coberta.

- Claro mãe! Você está com febre! - Digo me levantando da cama - Eu te dei o remédio, mas ainda não passou...

- Agora é esperar o efeito agir querido! Você vem aqui de 15 em 15 minutos ver se eu estou bem! - Ela sorri - Tem que esperar o efeito passar não é?

Por um momento ela estava certa! Eu não estava dando privacidade para ela descansar, eu me preocupava demais com uma simples gripe!

Olho para ela, ainda sério e preocupado e digo:

- Tá bom mãe, eu deixo você descansar! - Vou em direção a porta, pego a vassoura que está ao lado, olho para ela e digo - E tenta dormir viu? Você não deve ter dormido nada nessa madrugada.

Ela não diz nada, apenas me observa encostando a porta, sim! Eu sou muito neurótico com as coisas. Poderia ter fechado completamente, mas apenas deixo encostada no caso de precisar ir lá de novo.

Volto para a sala e continuo limpando o chão. Minha mãe adorava limpar a casa, e sempre que inventava de te ajudar, ela sempre queria dar o toque final, e confesso que isso me deixava bravo, com o pensamento que ela não gostava da limpeza que eu fazia. Mas não, esse é o jeito dela mesmo, se pudesse, limpava a casa 2 vezes por dia.

Após terminar de limpar toda a casa, passo pelo corredor com um balde em uma mão e um rodo em outra. Chegando em frente ao quarto de mamãe, deixo o balde no chão, abro a porta lentamente, tentando não fazer barulho e olho para ela que está dormindo, com meu corpo ainda para fora. Após ver que está tudo bem, encosto a porta novamente e volto com o balde e o rodo para guarda-los em seus devidos lugares.

Meu pai faleceu há exatos 10 anos. Na época tinha 7 anos de idade e eu e minha mãe sofremos muito. Os médicos não nos deixava entrar no quarto para vê-lo, por estar em coma. Ele faleceu em um dia após o acidente de carro por hemorragia interna. Minha mãe na época só chorava por ter que ficar sozinha, ter a responsabilidade de cuidar de mim sozinha, pois ela dizia que nunca mais iria se envolver com ninguém e que queria meu pai de volta. Por isso, hoje eu me sinto responsável por cuidar dela quando ela precisa.

Incondicionalmente (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora